Kassab se desculpa pela expulsão de manifestante

Porém, prefeito de São Paulo voltou a criticar a atitude do manifestante

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um dia depois de ter expulsado um manifestante de dentro de uma unidade de Assistência Médica Ambulatorial (AMA), em Pirituba, zona norte de São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (PFL) reconheceu que cometeu excesso. Porém, ele voltou a criticar a atitude do autônomo Kaiser Paiva Celestino da Silva, de 47 anos, que protestou contra a Lei Cidade Limpa na porta da unidade de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Pereira Barreto. "Essa manifestação, naquele momento, junto aos pacientes, causou indignação muito grande ao prefeito. Mas eu peço desculpas pelo excesso, mas não pela indignação", declarou Kassab nesta terça-feira, durante vistoria nas obras de reforma da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Vargem Grande, na zona sul. O prefeito disse também que refletiu muito sobre o episódio. "Até o próprio manifestante, o senhor Kaiser, em relação aos termos usados, reafirmo que ele não estava no local adequado para manifestação, sem entrar no mérito da questão que ele abordava, e também à cidade pelo excesso cometido". Kassab acrescentou que a Prefeitura não pretende tomar nenhuma medida judicial contra Kaiser. Protesto e irritação ?Sai, sai daqui! Vagabundo! Vagabundo!? Foi dessa forma, causando perplexidade entre quem presenciou a cena, que o prefeito Kassab se dirigiu a Kaiser Paiva, que protestava na porta da unidade de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Pereira Barreto, no Jardim São José, zona norte. Por volta das 11 horas, na inauguração da AMA, o prefeito se irritou com o autônomo. Correu atrás de Kaiser e o expulsou aos berros e empurrões. Kaiser estava com o filho, de 7 anos. Ao perceber a reação de Kassab, assessores e funcionários da unidade pediram calma e tentaram evitar o pior. Mas o prefeito só se acalmou depois de ir até a calçada na frente da AMA, ainda berrando. Kaiser, assustado, já estava do outro lado da Rua D. Manuel D?Elboux. Kaiser, aos gritos, protestava contra a Lei Cidade Limpa. Dono de uma pequena fábrica de placas e cartazes, ele se dizia prejudicado. ?Proibiram a comunicação visual. Essa é a verdade. Não entra serviço.? Perto dele, havia três guardas civis metropolitanos responsáveis pela segurança do prefeito, mas nenhum o abordou. Kassab estava nos fundos do posto de saúde e, dois minutos após o início do protesto, foi informado sobre o que estava ocorrendo. Contrariando seu estilo discreto, ele partiu para cima do manifestante e o empurrou no instante em que Kaiser falava da situação de um carroceiro que estava ao seu lado, Valdemar Alves de Souza, de 59 anos. Souza entrou na UBS para reclamar que não conseguia retirar sucata de um ferro-velho na região. Logo após o episódio, ainda visivelmente alterado, o prefeito tentou se justificar: ?Um cidadão vir dentro de uma unidade de saúde para fazer uma manifestação é uma agressão à cidade. Por isso, ele foi colocado para fora, sim, e farei isso quantas vezes for necessário dentro de uma unidade de saúde.? Ele negou que tenha agredido Kaiser. ?O que eu pedi é que ele se retirasse.?

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