Ladrões atacam pescadores no silêncio da madrugada

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Por Agencia Estado
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Eles chegam de madrugada, quando a maré está alta e todos estão dormindo. Usam um pequeno barco a remo para não chamar a atenção e surpreendem os pescadores para roubar motores de popa e outros objetos. Duas ocorrência foram registradas em menos de dez dias nos braços de mar da Baixada Santista, levando intranqüilidade para as pessoas que pescam na região. A patrulha aquática da Polícia Militar está realizando buscas para acabar com essa quadrilha composta por quatro homens. O comerciante Nelson da Mata, 48 anos, foi uma das vítimas. Ele pesca na região desde os 10 anos de idade e tem uma casa, que chama de rancho, no Jardim Piratininga, na margem do rio Casqueiro, em Cubatão, encostado na Marina do Pato. Sua tranqüilidade, porém acabou na madrugada do dia 20, quando foi acordado por volta das 3 horas por bandidos. "Eles disseram para meu tio Waldemar, de 78 anos, não levantar da cama e um deles encostou uma faca em meu pescoço, mantendo-me assim enquanto levavam tudo de valor que encontraram, como televisão, aparelho de som, minhas ferramentas e o motor de 15 cavalos de meu barco", contou. Na madrugada de sábado, dia 22, foi a vez da Marina Dona Rosa, em São Vicente ser assaltada. Os quatro ladrões usaram mais uma vez o barco a remo, chegaram em silêncio ao local e renderam o guarda que, depois de ter acalmado os cães, foi amarrado a um poste. Ali, o roubo foi de dois motores de 25 cavalos e um de trinta, além de um barco, usado para o transporte do material roubado já que a pequena embarcação que usavam não suportaria o peso. "Foi a primeira vez que isso ocorreu aqui", disse Lirian Marcelle Simone Lima, uma das proprietárias da marina. Ela conta que os ladrões se passam por pescadores durante o dia para poderem observar os locais e planejar os roubos. "Eles jogam a rede, como se estivessem pescando, mas a intenção é só examinar o local, ver como funciona, para durante a madrugada, praticarem os roubos". Tanto José Carlos, o Pato, quanto Lirian revelam que outra modalidade de assalto não mais existe na região, desde que a patrulha aquática da PM começou a realizar rondas durante o dia todo. "Era um perigo pescar à qualquer hora", conta Lirian. Esse patrulhamento, porém, é ineficaz contra a ação dos ladrões que atuam durante a madrugada e isso tem provocado queixas dos pescadores. "Realmente, as embarcações são de alumínio e há restrições ao seu uso noturno, pois precisa de outros equipamentos e de treino específico da tropa", admitiu o capitão Marcelo Afonso Prado. Mas não descarta a ampliação do trabalho.

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