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Lama acumulada na Marginal Tietê pode ter causado acidente

Por Agencia Estado
Atualização:

O atropelamento e morte de um motoboy no sentido Penha/Lapa da Marginal do Tietê, na madrugada desta quinta-feira, levou a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) a interditar a pista expressa por quatro horas (das 3 às 7 horas), no local do acidente, o que causou um congestionamento de 16 quilômetros pela manhã, com reflexos na lentidão do trânsito em toda a cidade. Testemunhas disseram que havia lama no local do acidente, 500 metros após a Ponte Júlio de Mesquita Neto, e que o motoboy e um caminhão ?rodopiaram? ao passarem pela sujeira. Naquela altura do Rio Tietê, empreiteiras contratadas pelo Estado tiram lama do rio, como parte dos serviços de rebaixamento da calha. A CET registrou lentidão de 16 quilômetros no trânsito, até o Viaduto General Milton Tavares de Souza, próximo à Rodovia Ayrton Senna. Isso contribuiu para congestionar o trânsito também na Avenida Aricanduva e na Radial Leste. O pico de congestionamento na cidade pela manhã foi de 81 quilômetros, às 9 horas, ante 63 quilômetros no mesmo horário da semana anterior. A lentidão irritou os motoristas, que acharam exagerada a demora para a desinterdição da pista e culparam a CET e a Polícia Civil, responsável pela perícia técnica. ?É muito tempo, pelo amor de Deus?, espantou-se o entregador de medicamentos Jailson Alquino dos Santos, de 45 anos. Por volta das 5h30, ele demorou 40 minutos para ir pela Marginal do Tietê da altura de Santana até a Ponte do Limão. Em condições normais ele percorreria esse trecho em 10 a 15 minutos. O motoboy morto no acidente foi identificado como Valdinei Macedo da Silva, de 24 anos, que morava em Itapevi, na Grande São Paulo. O motorista do caminhão, João Paulo dos Santos, de 49 anos, confirmou a existência de lama na pista expressa e acha que isso foi a causa do acidente. Segundo ele, as quatro faixas da pista expressa estavam ?forradas? de lama numa extensão de cerca de 20 metros. ?O acidente ocorreu mais por causa da lama, não fosse a lama não tinha acontecido nada?, criticou. ?A culpa é da empresa responsável pelo transporte da lama. Teria que haver sinalização 20 metros antes, só que não tinha nada disso.? A Secretaria de Estado dos Recursos Hídricos informou que é o consórcio Carioca/OAS/Mendes que executa as obras do Tietê no trecho do acidente. Mas a assessoria de imprensa da pasta argumentou que a lama pode ter caído de qualquer caminhão, inclusive de fora da obra. A pasta aguarda os resultados do inquérito policial aberto no 40º DP, zona norte. O delegado do 40º DP, Guilherme Zeglio Netto, disse que ?tudo isso será minuciosamente apurado?. Ele aguarda o laudo do Instituto de Criminalística (IC), que poderá dizer se a lama causou o acidente e se ela é mesmo do rio. Se isso ficar comprovado, Netto disse que a empresa dona do serviço poderá ser responsabilizada. O perito criminal João Sadao, chefe da equipe norte do IC, disse que não houve demora no atendimento. O IC foi acionado às 5 horas pelo 40º DP, e os peritos chegaram ao local às 5h20. É um tempo ?normal? de atendimento, segundo Sadao. O corpo foi removido às 5h30 e, em seguida, a pista foi lavada. Em nota, a CET informou que todas as noites, das 22 às 5 horas, os responsáveis pela obra interditam a faixa da esquerda da pista expressa, mas no sentido Lapa/Penha, com iluminação e sinalização. Isso é necessário para o carregamento de caminhões com material tirado do rio. ?Esses serviços são acompanhados por equipes operacionais específicas para essa obra.?

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