Lançado fórum contra venda da Copel

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Por Agencia Estado
Atualização:

Políticos de oposição e integrantes de movimentos populares lançaram nesta quinta-feira, em Curitiba, um fórum suprapartidário contrário à privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel). Entre as ações do fórum está a coleta de assinaturas, que começará a ser feita no dia 23. Quase no mesmo instante em que era lançado o movimento, o presidente da Copel, Ingo Hübert, concedia entrevista coletiva sobre o lucro recorde de R$ 430,6 milhões conseguido no ano passado. "Foi um resultado além do que esperávamos", disse Hübert. Mas as perguntas giraram em torno da desestatização. De acordo com Hübert, caso não seja privatizada, a companhia irá perder a competitividade, pois a legislação impede que vá ao mercado de capitais. Além disso, ele argumenta que, com a desregulação do setor, empresas mais ágeis poderiam ocupar o espaço mais promissor da Copel. O coordenador do fórum e presidente do PDT, Nelton Friedrich, rebateu os argumentos, dizendo que a Copel será sempre competitiva, pois é superavitária na produção de energia. "E os rios sempre estarão aí", afirmou. Friedrich também sustentou que as leis não são permanentes e que podem ser flexibilizadas para garantir agilidade. Na Assembléia Legislativa, a oposição tenta revogar a autorização para o governo vender a estatal. O presidente da Copel deve ir à casa no dia 27 para explicar os motivos da privatização. "Nove entre dez paranaenses não têm a menor noção", disse Hübert. "Vamos buscar as parcelas mais esclarecidas, pois queremos que conheçam os mesmos fatos que nós conhecemos." Mas as informações contraditórias estão dentro do próprio governo. Na quarta-feira, o governador Jaime Lerner (PFL) afirmou que os Estados foram "obrigados a assumir esse compromisso (privatização)". "Quero deixar claro que a desestatização ou privatização da Copel não é uma decisão do governo do Estado, é uma decisão do governo brasileiro já há muitos anos, que faz parte do ajuste fiscal", disse Lerner. Nesta quinta-feira, sem saber o que seu superior tinha dito, Hübert, que acumula o cargo de secretário de Estado da Fazenda, disse que atribuir a privatização a uma exigência do governo federal era "simplificar demais a questão". "Não vamos simplificar a questão e brincar com a inteligência alheia", acentuou.

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