Lancha que afundou na Bahia não tinha cabine de proteção exigida
Naufrágio em agosto deixou 19 mortos; edital previa ainda disparo de sistema de alarme contra alagamentos
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Por Cleusa Duarte
Atualização:
SALVADOR - A lancha Cavalo Marinho 1, que naufragou em agosto na Baía de Todos os Santos e deixou 19 mortos, não tinha cabine de proteção contra a água conforme exigia o edital que licitou a operação de embarcações para a travessia Mar Grande Salvador, em 2012.
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De acordo com o edital, as embarcações deveriam ter cabines de passageiros fechadas, para proteção dos passageiros contra chuvas, ventos e ondas fortes. Mas o requisito não era cumprido pela Cavalo Marinho 1 e pela maioria das lanchas que realizam a travessia. Parte delas possuem as laterais abertas.
O edital prevê ainda que um sistema de alarme deve ser disparado contra alagamentos, mas os passageiros sobreviventes argumentam que isso não ocorreu. O mesmo edital ainda trata da aquisição de embarcações mais modernas ao sistema: quatro catamarãs com capacidade para 200 pessoas e casco confeccionado em fibra de vidro.
Além disso, o terminal de Vera Cruz deveria passar por um processo de requalificação. Cinco anos depois, ele segue sem licença ambiental.
Veja imagens do resgate das vítimas do naufrágio na Bahia
1 / 12Veja imagens do resgate das vítimas do naufrágio na Bahia
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Foi o segundo acidente hidroviário no Brasil em pouco mais de 24 horas. Foto: Lucio Tavora/AFP
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De propriedade da CL Transporte Marítimo, a embarcação Cavalo Marinho I tinha capacidade para levar cerca de162 passageiros. Foto: Lucio Tavora/AFP
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Embarcação Cavalo Marinhonaufragou no início da manhã desta quinta-feira, 24, próximo à Ilha de Itaparica, na localidade de Mar Grande, na Bahia Foto: Xando Pereira/Agência A Tarde
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Foi o segundo acidente em águas doces no Brasil em pouco mais de 24 horas. Nesta quarta-feira, 23, um barco naufragou em Porto de Moz, no Pará. Foto: Lucio Tavora/AFP
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A embarcação Cavalo Marinho tinha capacidade para levar até 162 passageiros. O acidente ocorreu a 200 metros do Terminal marítimo. Foto: Lucio Tavora/AFP
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De acordo com a Prefeitura de Vera Cruz, a lancha saiu do terminal da Ilha por volta das 6h30 com destino a Salvador. Foto: Lucio Tavora/AFP
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A Polícia Militar foi acionada e atuou por meio do Grupamento Aéreo (Graer) e da 5ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Ilha de Vera Cruz)... Foto: Lucio Tavora/AFPMais
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Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, dois helicópteros da Polícia Militar da Bahia foram enviados ao local, assim como ambulâncias do C... Foto: Lucio Tavora/AFPMais
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A Secretaria de Segurança Pública informou que um inquérito será aberto para que as causas do acidente sejam apuradas. Foto: Lucio Tavora/AFP
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O governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), postaram notas de pesar em suas respectivas contas nas redes sociais. Foto: Xando Pereira/Agência A Tarde
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O governo do Estado da Bahia decretou três dias de luto oficial. Foto: Xando Pereira/Agência A Tarde
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Incidente ocorreu por volta das 6h30 da manhã de quinta-feira, 24 Foto: Lucio Tavora/AFP
A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), responsável pelo transporte marítimo, esclareceu, em nota, que para atender ao edital "lonas plásticas são usadas para proteger os passageiros".
O órgão também garantiu que o sistema de alarme é utilizado pelas lanchas e que foi disparado no dia do acidente.
A CL Trasportes Marítimos também garantiu que o dispositivo foi acionado no dia da tragédia. Mas que "não foi disparado em outros alagamentos por não apresentar situação de perigo real".
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Já o governo da Bahia afirmou que o projeto da obra de dragagem do terminal de Vera Cruz está concluído. Mas uma licitação está em andamento para a emissão da licença ambiental.