
31 de março de 2010 | 00h00
A legislação eleitoral fez de março o mês do governo-espetáculo. As semanas anteriores à renúncia obrigatória do dia 2 de abril são uma janela para que ocupantes de cargos públicos troquem gabinetes por palanques e se aproveitem das benesses das máquinas administrativas.
Planos trilionários, obras vistosas, cortes de impostos, liberações de verbas, benefícios salariais - a isso tudo e muito mais os eleitores foram expostos no campeonato de visibilidade disputado por ministros, governadores, secretários e presidente, que nem candidato é, mas tem papel central na campanha.
A partir das desincompatibilizações, os showmícios custeados com dinheiro público tendem a ficar mais raros - é bom lembrar que a maioria dos governantes-candidatos deixará nas mãos de aliados os cargos que abandonam, e que a renúncia nem é exigida dos que disputam a reeleição. O próximo marco do calendário eleitoral é a realização das convenções partidárias, em junho. E só no mês seguinte será o início oficial das campanhas.
Até lá, o campeonato de visibilidade seguirá, mas com outros patrocinadores - as máquinas partidárias. No limbo da chamada pré-campanha, os candidatos poderão fazer praticamente tudo, menos pedir votos. E precisam?
É JORNALISTA DO "ESTADO"
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