Leilão do edifício da Bloch termina sem vendas no Rio

Nenhum dos possíveis compradores do complexo de 30 mil m² quis dar lance mínimo de R$ 40 milhões

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Por Roberta Pennafort
Atualização:

Durou poucos minutos o leilão do prédio da Bloch Editores, na Rua do Russel, na Glória, zona sul do Rio, realizado na tarde desta quarta-feira, 17. Diante do lance inicial, de R$ 40 milhões, ninguém se apresentou como interessado em arrematar o edifício - para a frustração dos cerca de 70 ex-funcionários da empresa, que depositavam na venda a esperança de ver a cor do dinheiro devido pela Bloch há oito anos, quando de sua falência.   "A gente não teve o final feliz que esperava", lamentou José Carlos de Jesus, presidente da comissão de ex-funcionários. "Ficamos muito decepcionados, porque é uma chance que a gente tinha. Neste caso, não se pode admitir um valor menor do que R$ 40 milhões, porque a venda é para o pagamento de dívidas da empresa." A comissão estima em R$ 50 milhões os débitos trabalhistas da Bloch (com quase três mil trabalhadores); outros R$ 25 milhões correspondem a dívidas fiscais.   Eles já haviam se desapontado no ano passado, quando o primeiro pregão foi organizado - o lance oferecido, R$ 28 milhões, não foi aceito, por ser considerado muito aquém do valor de avaliação do imóvel. Projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1968, o complexo de doze andares é composto por três prédios interligados. São 30 mil metros quadrados de área construída, com vista para a Baía de Guanabara e o Pão de Açúcar.   Durante um mês e meio, o leiloeiro Fernando Moreira Braga acompanhou vários visitantes ao prédio; alguns deles, potenciais compradores. Nesta tarde, ele ficou surpreso quando nenhum se dispôs a fazer um lance. "A Caixa Econômica Federal tinha demonstrado interesse; o IBGE também", contou. "Mas a esperança é a última que morre. Vamos esperar passar um tempo e marcar outro leilão. Acho que essa crise mundial afetou o mercado."

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