Lembo quer colocar Romeu Tuma na Segurança de SP

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Por Agencia Estado
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O governo de São Paulo, Cláudio Lembo, quer colocar o senador Romeu Tuma (PFL-SP) no comando da Secretaria de Segurança Pública, afastando os responsáveis pela área nomeados pelo ex-governador Geraldo Alckmin, candidato tucano à Presidência da República. Tuma já foi sondado pelo governador e está avaliando a idéia. Os dois conversaram longamente sobre a crise na segurança e São Paulo após os atentados do PCC, mas o governador não chegou a fazer um convite formal ao senador. Lembo e Tuma combinaram, ainda, que tomariam um "café´, durante este fim de semana, quando o assunto será retomado e o convite finalmente formalizado. O senador Romeu Tuma não quis se pronunciar sobre o encontro e mandou avisar através de amigos que, mesmo que a reunião tivesse ocorrido, não faria qualquer comentário. Antes de dar uma sinalização a Lembo, Tuma se reunirá com familiares e correligionários para avaliar a possibilidade de assumir o posto ou não. Antes da crise, Lembo chegou a comentar com alguns integrantes de seu secretariado que Tuma não seria o melhor nome para ocupar o cargo, no caso de ser obrigado a fazer uma troca. Ele avaliava que o senador do PFL já tinha tido a sua vez. Depois da crise, sentindo-se abandonado pelos tucanos, o governador teria feito um sinal em direção do senador. Estranhamento No coração do comando tucano, as queixas de falta de solidariedade a Lembo foram recebidas com estranhamento. Para alguns tucanos de alta plumagem, o governador não estaria demonstrando o necessário preparo para enfrentar o problema da crise da segurança. Outros reconhecem que o governador tem direito de trocar quem quiser e acreditam que os dois partidos saberão aparar as arestas. Em defesa da equipe de segurança deixada por Alckmin, o ex-secretário de governo Arnaldo Madeira afirmou que "os secretários são competentes e fizeram o que tinha de ser feito". Para Madeira, o combate ao crime é tão importante para a sociedade nos dias de hoje, quanto era o combate a inflação na década passada. " O enfrentamento da criminalidade é um desafio nacional", disse. No PFL, a eventual troca de comando foi recebida com naturalidade, mas não houve estouro de champanhe. A avaliação é de que ela tem que ser engolida pelo PSDB. "Essa não é a hora de se criar uma crise. O momento é de engolir sapo, cada um engole os seu", disse o senador Antônio Carlos Magalhães ( PFL-BA). Ele observou que o convite, uma vez formalizado, seria um reparo a uma série de injustiças do PFL paulista com Tuma, sempre preterido nos momentos das indicações para cargos. "Ele tem toda capacidade para assumir o posto, mas será um desafio muito grande, sobretudo, nesta crise", disse. Um especialista em segurança pública, amigo do secretário de Segurança, Saulo de Castro Abreu, que ainda está no cargo, avalia que a troca do secretário seria desastrosa. Segundo o especialista, que já liderou o combate ao crime organizado em outro estado, qualquer mudança agora somente enfraqueceria a ação da polícia dando fôlego ao crime organizado. "A manchete dos jornais do dia seguinte seria : PCC derruba cúpula da segurança de São Paulo", previu. "Além disso, Tuma teria dificuldades com parte da polícia paulista que não simpatiza com seus métodos", especulou o especialista.

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