Líder do PCC mandou matar juiz de Presidente Prudente

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Por Agencia Estado
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A polícia esclareceu o assassinato do juiz-corregedor de Presidente Prudente, Antonio José Machado Dias, executado no dia 14 com três tiros. Três homens estiveram diretamente envolvidos no crime, que teve como mandante o líder máximo da facção criminosa que age nos presídios de São Paulo, Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. Um dos matadores é o traficante de drogas conhecido como Ferrugem, integrante do PCC reconhecido fotograficamente por testemunhas do assassinato. Ferrugem havia sido preso em Santo André, mas fugiu da cadeia em 2001. A polícia apurou que ele tinha vínculos com o esquema de tráfico de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Mas descartou a hipótese de participação do traficante carioca na execução. Marcola, Ferrugem e os outros dois assassinos foram denunciados pelo traficante Jonny, preso nesta quarta-feira pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Jonny forneceu o Uno usado para fechar o Vectra do juiz, morto quando ia do fórum para casa, em Prudente. O traficante comprou o Uno, pertencente a uma empresa de telefonia, do motorista Cristian Angelo, de 22 anos. Após vender o carro, Angelo simulou ter sido roubado e registrou boletim de ocorrência sobre o "crime". Jonny também providenciou placas falsas para o Uno, por meio de um criminoso conhecido como Jairo, que está condenado a 10 anos de prisão e foragido. O Ministério Público Estadual considera que Jonny também deve responder pelo assassinato. O traficante estava em Prudente no dia do crime. Policiais e promotores que trabalham no caso acreditam que o motivo da execução foi o descontentamento do PCC com a apuração de mortes de integrantes da facção detidos na Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Bernardes. No ano passado, líderes da organização haviam denunciado ao Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) supostas violências cometidas por agentes penitenciários contra detentos. As investigações apontam que, além de Marcola, a ordem para matar o juiz passou por uma cadeia de comando do PCC até sair das prisões e ir para as ruas. Os responsáveis pelo caso querem agora identificar todos os criminosos que participaram, de alguma forma, desse processo. Além de Marcola, a polícia suspeita que pelo menos André Batista da Silva, o Andrezão, integrante do segundo escalão do PCC e chefe da facção na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, também soubesse do plano. Presa nesta quarta-feira pelo Deic em Osasco, a tesoureira da organização, Rosângela Aparecida Lendramandi, a Fia, teria servido de pombo-correio entre os mandantes e os executores do crime durante quatro meses. Com Fia, a polícia encontrou quatro sacolas de bilhetes de presos do PCC, recibos e números de telefones dos líderes da facção. Ela também é citada num bilhete que o preso Rogério Geremias, o Gegê do Mangue, enviou a Marcola para informá-lo do sucesso da operação que visava matar o juiz. O bilhete foi apreendido por funcionários da Penitenciária 1 do Avaré, onde estavam presos Gegê e Marcola. Os dois negam envolvimento no crime. A polícia tenta agora capturar os assassinos, que permaneciam foragidos até as 20 horas desta quinta. Veja o especial:

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