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Líder do PCC revela finanças da facção criminosa

Por Agencia Estado
Atualização:

Cada "irmão" preso contribui com R$ 25 para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O dinheiro arrecadado com os sócios chega a R$ 50 mil por mês. Ele paga os ônibus que levam parentes para visitar presos no interior. Também compra fugas, armas e drogas. Nas ruas, as principais atividades do PCC são o tráfico de drogas e os seqüestros. Essas revelações foram nesta quinta-feira por Marco Aurélio de Souza, o Marcão Psicopata, um dos ex-homens-fortes da organização. Jurado de morte pela atual cúpula da facção, Marcão Psicopata resolveu colaborar com os policiais do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) e os promotores do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Durante a tarde Marcão depôs no Deic. "Ele já foi o piloto-geral (gerente de todas as penitenciárias dominadas pelo grupo no Estado) e tesoureiro do PCC", afirmou o promotor Márcio Sérgio Christino. Marcão foi expulso do PCC em dezembro de 2002 por não concordar com Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que assumiu a direção da facção depois da exclusão de José Márcio Felício, o Geleião, em agosto de 2002. Marcão Psicopata revelou que o dinheiro da organização é pulverizado em diversas contas correntes de parentes e amigos de integrantes do PCC. O objetivo é evitar o rastreamento e bloqueio dos recursos da facção. O que é arrecadado com as contribuições dos "irmãos" presos e dos soltos é centralizado em uma caixinha sob o controle do tesoureiro do grupo. Segundo o promotor, Marcão também acusou o advogado Mario Sérgio Mungioli de ser pombo-correio dos líderes do PCC. Preso na semana passada, Mungioli estava com bilhetes que revelaram que a facção planejava atentados a bomba contra torres de luz e telefone e contra o metrô de São Paulo, além de seqüestrar uma autoridade do governo do Estado.

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