Líderes barram CPI na Câmara

Sessão cheia e com salva de palmas

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Por Diego Zanchetta e SÃO PAULO
Atualização:

Durante quase duas horas de sessão, as principais lideranças da Câmara Municipal de São Paulo saíram ontem em defesa do presidente da Casa, Antonio Carlos Rodrigues (PR). Dezesseis dos 58 parlamentares foram à tribuna para rechaçar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta por Soninha Francine (PPS), com o objetivo de apurar suspeitas de uma rede de influência dentro do Legislativo para a reabertura da casa de prostituição de luxo W.E. O corregedor da Casa, Wadih Mutran (PP), por exemplo, manifestou-se contra qualquer abertura de sindicância e disse ainda que cobraria explicações do Estado pelas matérias publicadas sobre o caso. Além de ataques à imprensa, parlamentares transformaram o pedido de CPI de Soninha em alvo de chacotas. "Quem quer ser prefeito tem de ter projeto de governo, e não defender a maconha. Aqui não tem espaços para urubus", disparou Carlos Apolinário, líder do DEM. "Acho que tem gente comendo ou fumando muita alfafa", disparou Adilson Amadeu (PTB), vice-presidente da Mesa Diretora. Os dois ataques se referem a uma entrevista de 2001 na qual a vereadora admitia já ter fumado maconha. A cada defesa de Carlinhos, porém, uma salva de palmas ecoava entre outros vereadores. Com plenário cheio e presença em massa incomum de assessores, o próprio Rodrigues abriu a sessão com um pronunciamento de 1m04s. "Já enviei pedido ao Ministério Público para que investigue o caso", disse Rodrigues. Soninha, pré-candidata à Prefeitura, disse não ter pedido a CPI com o objetivo de ganhar destaque para as eleições. "Não posso me abster do papel de vereadora só porque sou candidata."

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