
22 de agosto de 2010 | 00h00
Há muito mais imagens de Aécio sorrindo ao lado de Lula e do que as enxertadas no horário eleitoral do PSDB. Serra sempre fez mais oposição ao presidente do que o mineiro.
A opção do PSDB no fim de 2009 foi pelo candidato que tinha mais "recall", ou seja, cujo nome estava mais impregnado na memória do eleitor. O partido está descobrindo, a um custo de potenciais mais quatro anos de sombra, que "recall" não é o mesmo que intenção de voto.
A pesquisa Datafolha mostra a continuidade de um movimento iniciado em janeiro: à medida que mais eleitores vão identificando Dilma Rousseff com Lula, eles migram para a petista. Boa parte deles integrava o time do "recall" de Serra.
Em 2006, Lula terminou o horário eleitoral menor do que começou e teve de disputar o segundo turno. Mas ele entrou na fase da propaganda eletrônica estabilizado, não em ascensão. E ainda se desgastou com os "aloprados". Em 2010, quem tem cometido mais erros na fase decisiva é o PSDB, com a favela de mentira, a crise de identidade (oposição ou situação?) e a divisão dos aliados. Nada garante que isso não possa se inverter. Mas a inércia é favorável a Dilma.
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