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Lixeiros e varredores de SP podem entrar em greve na 2ª feira

Categoria reinvidica aumento salarial, sobretudo a reposição da inflação mais 12%

Por Agencia Estado
Atualização:

Os lixeiros e varredores da capital paulista ameaçam parar suas atividades a partir da próxima segunda-feira, 26, caso o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (Selur) não atenda a pauta de reivindicação salarial da categoria, sobretudo a reposição da inflação mais 12%. Em entrevista à Agência Estado, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco), Moacyr Pereira, disse que as negociações foram interrompidas pelo sindicato patronal e que não há outra alternativa para a categoria obter reajuste salarial a não ser por meio de greve. "Não queremos trazer nenhum prejuízo à população e sabemos do compromisso que temos com a limpeza da cidade. Mas, infelizmente, estamos sendo levados a essa greve por conta da intransigência do sindicato patronal, que interrompeu unilateralmente todas as negociações", afirmou Pereira. E continuou: "Sabemos que uma greve de lixeiros deixa a cidade insuportável, malcheirosa, com lixo e sujeira por todo lado. Mas se não houver uma negociação (com os patrões), não haverá outro caminho a não ser a paralisação." O presidente do Siemaco disse que está convocando os 4,5 mil lixeiros e os 9 mil varredores para uma assembléia, nesta quinta-feira (dia 22), às 18 horas, para deliberarem sobre a greve. Trabalhando no limite Moacyr Pereira disse também que a categoria está trabalhando no limite. Segundo ele, em outubro do ano passado foram demitidos cerca de mil varredores. "Com isso, um trabalhador que em oito horas de trabalho varria cerca de dois quilômetros, agora varre três quilômetros." Com relação aos lixeiros, ele disse que o atual número de trabalhadores é o mesmo que a cidade tinha há cerca de dez anos. "Não podemos esquecer que a cidade cresceu, a população também e o lixo mais ainda." O presidente do Siemaco acredita que boa parte dos alagamentos ocorridos na cidade, na chuva da última sexta-feira, 16, foi motivada por falta de manutenção dos bueiros. "Estamos trabalhando no limite e sem perspectivas de reajuste", emendou. Ele informou que o salário mensal de um lixeiro é de R$ 647,00 e de um varredor é de R$ 544,00. A data-base das duas categorias é 1º de março e a previsão de recebimento dos novos salários é a partir do quinto dia útil de abril. A Agência Estado procurou contato com o sindicato das empresas, o Selur, mas não obteve retorno.

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