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Lojões do Brás apostam em conforto

Locais oferecem área climatizada, com playground, música tranqüila, estacionamento grátis e transporte até o metrô

Por Valéria França
Atualização:

Para quem não se diverte com a confusão das ruas ou irrita-se com a gritaria dos vendedores do Brás, a saída são as lojas de departamento, com mercadorias de cama, mesa, banho e roupas para todas as idades, e preços bem similares aos das lojas menores. Os chamados lojões facilitam as compras do consumidor que não tem paciência para gastar sola de sapato até achar uma boa pechincha. Tudo está à mão e com facilidades e conforto. É o caso da Têxtil Abril, na Avenida Celso Garcia, com 12 mil metros quadrados, climatizada, com playground e música ambiente. Detalhe: na caixa não rola pagode e, sim, uma música tranqüila. A loja ainda oferece estacionamento grátis e transporte em microônibus nas Estações Belém, Bresser, Santana, Armênia e Tietê do metrô. Outra opção parecida é o Lojão do Brás, a primeira da região a investir no visual e preocupar-se com o conforto e serviço que poderia oferecer aos clientes. Como os preços continuaram atraentes aos clientes que procuram pechinchas, a loja fez tanto sucesso que os concorrentes enveredaram pelo mesmo caminho. Escada rolante e lanchonete do Habib?s são algumas das facilidades. O Lojão do Brás abre todos os domingos de dezembro. MUDANÇAS "O Brás está investindo na infra-estrutura do bairro", diz Jean Michael Makdissi Júnior, diretor de relações públicas da Associação dos Lojistas do Brás (AloBrás). "Começamos no ano passado com a reforma do Largo da Concórdia, que hoje está limpo e sem camelôs."A área, com 10 mil m², ganhou novo piso e projeto paisagístico. Aos poucos, o largo assume outras funções que não a de camelódromo, tornando a região mais aprazível. Na quarta-feira, por exemplo, o local transformou-se num palco de música ao vivo, do meio-dia às 14 horas. Apresentaram-se ali grupos amadores organizados por ONGs como a Orquestra Popular, formada por 66 crianças, a Unidos da Sukata, especializada em percussão, e o coral Orquídeas da Mooca, composto por 48 cantores da terceira idade. Muitas lojas investiram em reformas. "Hoje temos locais com comércio sofisticado, como as Ruas Miller e Mendes Júnior, especializadas em moda feminina", diz Makdissi Júnior. "Também aumentamos a fiscalização dos produtos. Outro ponto importante é a profissionalização das fábricas." O setor de jeans, o mais forte da região, hoje exporta para vários países (leia abaixo). Algumas fábricas estão com suas peças no Q Bazar!, que reúne marcas nacionais e internacionais, como Calvin Klein, Miss Sixty e Zoomp, oferecendo descontos que chegam a 70%. No Brás, o consumidor com paciência e talento para o garimpo encontra boas surpresas até mesmo entre as ruas mais confusas do bairro. A Woodlouse House, na Rua Oriente, é uma delas. Sem exagero, a loja poderia estar entre as grifes de luxo dos Jardins,na zona sul. Com 900 m² de área, a loja oferece provadores espaçosos, forrados com chão de tábuas largas. A decoração é caprichada. Eles ainda são equipados com poltronas e mesinhas com revistas de moda. Ao lado do provador, bem no fundo da loja, há um bar com café expresso e cappuccino à vontade e um lounge cheio de sofás, com iluminação indireta. LUXO Especializada em moda masculina, a loja trabalha com alguns dos fornecedores da Daslu e da Brooksfield, por exemplo. A diferença é a etiqueta e o preço. Um costume com paletó de dois botões de lã-fria Loro Piana -luxuosa marca italiana com 83 lojas espalhadas pelo mundo-, custa R$ 1.644. Na Daslu, um modelo parecido sai por R$ 2.498. "Vendemos ainda marcas como Nike, Aramis, Dudalina e Ricci & Colella com descontos de 15% a 25%", diz o gerente Ulisses Miranda. A loja oferece serviço de alfaiataria. Depois da roupa ajustada, o cliente cadastrado recebe a mercadoria em sua casa. Outra vantagem: aqui, ninguém é chamado de tchutchuco ou tchutchuca, como na rua.

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