Luciana, emocionada, diz que está arrependida

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Por Agencia Estado
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Luciana dos Santos Souza, namorada do seqüestrador Fernando Dutra Pinto, disse hoje que está arrependida do que fez. Luciana, que até então era conhecida como Jennifer, participou, junto com Dutra, do seqüestro da filha do apresentador Silvio Santos, Patricia Abravanel. Durante entrevista concedida à Rádio Bandeirantes e falando de Bom Jesus da Lapa (BA), onde está presa, ela se mostrou emocionada e declarou que está sendo bem tratada na delegacia. Luciana negou que tenha se hospedado no flat em Barueri, na Grande São Paulo, junto com o seqüestrador Fernando Dutra Pinto, local onde ele matou dois policiais e deixou outro ferido. "A última vez que eu vi o Fernando foi na segunda-feira de manhã", contou. Luciana, no entanto, admitiu que teve participação no seqüestro da filha do empresário e apresentador Silvio Santos. "Eu só cuidei da Patricia, a Princesa", revelou e afirmou que chamou Patricia por um apelido porque ela deveria ser tratada como "uma verdadeira princesa". Luciana arriscou a dizer que Patricia gostou dela, apesar do seqüestro, e contou que foi bem tratada por todos e que chegaram até a ler juntas uma bíblia. "Tudo o que ela queria eu procurava fazer para ela. Até calcinha eu comprei para ela, de algodão, das melhores marcas", afirmou, acrescentando que Patricia seria libertada com ou sem o pagamento do resgate. Quando o irmão de Dutra, Esdras, estava sendo preso, avisou Luciana e a preveniu para desligar o telefone celular. "A casa tinha caído, tinha dado tudo errado e se eu pudesse fugir, que eu fugisse, porque ele já não tinha mais jeito", narrou ela. Luciana ligou para o telefone celular de Esdras, mas um policial atendeu e disse que iria prendê-la. Luciana informou que não tem dinheiro, referindo-se, provavelmente, ao dinheiro pago pelo empresário para o resgate. Ela se recusou a responder sobre a segunda mulher que participou do seqüestro, Tatiana Pereira da Silva. "Eu não sei de nada, isso vocês não me perguntem e não quero responder", afirmou. O nome Jennifer foi adotado por ela depois que a polícia descobriu o grupo. Ela garantiu que não participou do plano para o seqüestro de Patricia Abravanel. "Eu não sabia, quando eu fiquei sabendo já estava em cima da hora, não tinha mais como, ou era tudo ou era nada", revelou, e afirmou que ninguém a forçou a participar do seqüestro. Luciana também garantiu que em nenhum momento o grupo cogitou a possibilidade de seqüestrar Silvio Santos. Para a seqüestradora, as mortes dos policiais foram uma surpresa. "Eu não entendo porque o Fernando fez aquilo, eu não concordo, sou plenamente contra isso, não sou uma pessoa violenta". Ela, porém, garantiu que Dutra não mataria Silvio Santos. O temor pela mãe, Eulina, fez com que Luciana se entregasse à polícia. "Meu medo era que a polícia encontrasse minha mãe e fizesse pressão contra ela", afirmou. Luciana contou que foi até a cidade de Bom Jesus da Lapa (BA) para conhecer uma igreja, e que depois pretendia se entregar à polícia em São Paulo, mas mudou de idéia quando viu na TV uma reportagem com a mãe. Ela também acompanhou pela TV os momentos em que Dutra manteve o empresário como refém. "Eu estava na casa de uma pessoa que não sabia o que estava acontecendo, estava inocente, eu bati na casa dela e pedi ajuda", contou.

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