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Lula alfineta FHC lembrando Figueiredo

Em Londres, ele compara tese de ex-presidente à do general que preferia 'cheiro de cavalo ao do povo'

Por Daniela Milanese
Atualização:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem, em Londres, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pelo artigo O papel da oposição, escrito para a revista Interesse Nacional e divulgado na segunda-feira pela internet. "Não sei como é que alguém estuda tanto e depois quer esquecer do povão", afirmou, após participar de uma palestra para investidores da Telefónica. Lula lembrou ainda que no Brasil já houve quem dissesse preferir o "cheiro de cavalo ao do povo" - numa referência a célebre frase do general João Batista Figueiredo, último presidente do regime militar (1979-1985). Agora, afirmou Lula, tem ex-presidente "que fala que é preciso não ficar atrás, esquecer o povão". "Eu não entendo, não sei o que ele (Fernando Henrique) quis dizer." O ex-presidente discordou da avaliação de FHC de que o governo "engoliu" a oposição no País. Para Lula, o governo saiu fortalecido da eleição de 2010. "É assim mesmo, já fui oposição com 16 deputados", disse. "O povo não aceita mais oposição vingativa, com ódio, negativista, o povo brasileiro quer gente que pensa no Brasil", declarou. "A oposição quer que tenha desgraça para poder ter razão." Depois da conferência, Lula conheceu a Arena O2, complexo de entretenimento situado na Península de Greenwich, e deparou-se com uma churrascaria brasileira. E provocou surpresa entre os funcionários brasileiros ao entrar no restaurante acompanhado do presidente mundial da Telefónica, César Alierta, do ex-ministro Luiz Fernando Furlan e do embaixador do Brasil na Grã-Bretanha, Roberto Jaguaribe. Lula segue hoje para Madri, onde deve almoçar, amanhã, com o chefe do governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero.

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