Lula autoriza tropas nas ruas do Rio de Janeiro

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou o emprego das Forças Armadas no Rio de Janeiro, para a garantia da lei e da ordem no Estado. O anúncio foi feito às 13h15 pelos ministros da Defesa, José Viegas, e da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, depois de reunião com o presidente, no Palácio do Planalto. Segundo o ministro da Justiça, a ação do crime organizado está comprometendo seriamente a segurança da população do Estado, e o presidente decidiu tomar essa decisão depois da ocorrência de depredações de ônibus e do toque de recolher imposto pelos traficantes. O ministro anunciou também a construção de cinco presídios de segurança máxima, sendo que o primeiro será construído em Brasília, imediatamente, com vagas para 200 presos de alta periculosidade. Para esse presídio serão exigidos R$ 10 milhões, já disponíveis. A Secretaria de Imprensa da Presidência da República informou que a ação das Forças Armadas no Rio de Janeiro não será detalhada pelo governo federal "por uma questão de segurança". O ministro da Defesa, José Viegas, lembrou que o uso das Forças Armadas para garantir a segurança pública está respaldado no artigo 142 da Constituição Federal. Veja a íntegra do pronunciamento do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos: Por determinação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estivemos, o Ministro José Dirceu e eu, ontem à noite, com a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, no Palácio Guanabara, tratando de soluções para a participação efetiva do governo federal no combate ao crime organizado no Rio. A governadora reiterou o pedido de ajuda ao Exército Brasileiro para garantir a ordem e a segurança para a população. Diante deste grave quadro, o Presidente Lula concordou em colocar o efetivo militar à disposição do governo estadual, sob o comando do Exército. É uma colaboração emergencial do nosso governo. Isso se faz necessário porque o crime organizado está comprometendo seriamente a tranqüilidade da população. Ao mesmo tempo, realizamos a transferência do traficante Luiz Fernando da Costa, também conhecido como Fernandinho Beira-Mar, para uma penitenciária de segurança máxima em Presidente Bernardes, no Estado de São Paulo. As depredações de ônibus e o toque de recolher imposto pelo crime organizado no Estado nos fizeram atender ao apelo da governadora. O governo federal resolveu colocar o Exército nas ruas. Também a Polícia Federal estará colaborando com as autoridades do Estado do Rio, assim como a Polícia Rodoviária Federal. Ao mesmo tempo em que colocamos todo o aparato de segurança do governo federal à disposição do Estado do Rio, queremos anunciar ainda a construção de um presídio federal de segurança máxima - imediatamente - a ser instalado aqui no Distrito Federal. Custará R$ 10 milhões. Existem recursos disponíveis para esta medida. Hoje os presos de alta periculosidade, inclusive os julgados pela Justiça Federal, convivem com os presos de baixo potencial ofensivo, tumultuando as unidades prisionais estaduais que apresentam superlotação e deficiências de pessoal e gerenciamento. Queremos mudar este quadro e a criação desta primeira penitenciária federal vai permitir abrigar 200 presos de alta periculosidade. O governo irá construir outras quatro penitenciárias federais. Quero reiterar que essas medidas têm caráter emergencial. Atendem a essa situação por que passa o Rio de Janeiro. Mas quero repetir que nós temos um plano nacional de segurança pública consistente, que tem como objetivo revitalizar as polícias e dar combate sem trégua ao crime organizado. O plano ambiciona mudar o que chamo de linha de produção da criminalidade. A seqüência polícia-justiça-cadeia precisa se transformar numa linha de combate ao crime, especialmente ao crime organizado, e não uma linha de estímulo ao crime. Esse plano nacional de segurança pública está sendo implementado há 50 dias. Para ajudar a entender a violência e o poder do tráfico no Rio de Janeiro: O Mapa do Tráfico no Rio O tráfico de Beira-Mar Exército da Colômbia anuncia a prisão de Fernandinho Beira-Mar> Beira-Mar liga políticos e policiais ao tráfico> Fernandinho Beira-Mar é transferido para o Rio Beira-Mar lidera motim em Bangu e mata rivais De segurança máxima, prisões têm só o nome Bangu 1: 14 anos, 48 celas e muitas ´personalidades´ A segurança máxima. Aqui e nos EUA Uma penitenciária à prova de Beira-Mar Beira-Mar: da infância pobre ao comando do tráfico Veja o especial:

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