Lula cobra do comandante da Aeronáutica soluções para caos

Presidente prefere encurtar o caminho, deixando de lado o ministro da Defesa

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Por Agencia Estado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu cobrar diretamente do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, soluções para os problemas que tem conturbado os aeroportos brasileiros há mais de um mês. Já no domingo, o presidente preferiu encurtar o caminho, deixando de lado o ministro da Defesa, Waldir Pires. Na prática, a atitude do presidente representa o alijamento do ministro do processo de gerenciamento da crise no setor aéreo. De acordo com informações obtidas no Planalto, Lula entende que Bueno é o responsável direto pela Força Aérea, que comanda desde janeiro de 2003. Mesmo assim, a situação do brigadeiro também é delicada. Lula parece decidido a afastar de seus postos tanto Pires quanto Bueno. Em 2007, o ministro poderia regressar à Controladoria-Geral da União (CGU), que chefiou antes de assumir a Defesa. Para seu lugar, um dos nomes cotados é o do embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Ronaldo Sardenberg, que esteve no Planalto na semana passada. Na conversa com Bueno no domingo, Lula queria detalhes sobre a compra de equipamentos para reforçar o Cindacta-1, central situada em Brasília e responsável pela maior parte do controle de tráfego aéreo do País. Perguntou também sobre as negociações com os sargentos controladores. Em confronto com o apego à hierarquia tradicional nos militares, o comandante da Força Aérea tinha sido obrigado por Lula a convocar a seu gabinete cinco controladores de vôo para que eles apresentassem suas reivindicações. O presidente quer evitar, a todo custo, que novos atrasos de vôos sejam registrados nos aeroportos durante as folgas de Natal e Ano Novo. Está convencido de que é preciso chegar a um entendimento com os controladores para se evitar novos problemas. Em relação aos gastos com a compra de equipamentos e a melhoria das condições de trabalho dos controladores de vôo, a avaliação do Planalto é de que não será necessário editar uma medida provisória para garantir os recursos. O governo já contaria com o dinheiro necessário para garantir as iniciativas anunciadas na semana passada. As principais autoridades do setor aéreo estarão amanhã na Câmara para debater a crise nos aeroportos.

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