PUBLICIDADE

Lula critica gestão tucana em SP; Alckmin cita dossiê

Cada candidato teve direito a uma pergunta ao seu adversário

Por Agencia Estado
Atualização:

No último bloco do debate da Rede Globo desta sexta-feira, o candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) é sorteado para dirigir uma pergunta a seu adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O tucano começa falando sobre os problemas apontados pelos eleitores durante o debate nas diversas áreas, como saúde, educação, habitação e meio ambiente, mas o tempo de formulação da pergunta se esgota. "Ainda bem que o povo trouxe para cá os problemas que o Brasil sempre enfrentou", diz Lula, acrescentando que não existe um programa social atualmente no Brasil que não seja organizado pelo Governo Federal. "Nós estamos fazendo aquilo que deveria ter sido feito há 40, 50 anos, estamos começando a recuperar o tempo perdido". Alckmin alfineta: "Ele acha que está tudo uma beleza. A saúde não está boa, a educação não está boa, a segurança piorou", afirma o tucano, que só não continua enumerando aquilo que considera ruim no governo do petista por falta de tempo. Lula disse que "o brasileiro sabe que 90% dos programas sociais são programas que nós e a sociedade brasileira criamos nesse período de quatro anos", passando a falar sobre o ProUni e prometeu oferecer educação universitária para aqueles que hoje não têm a oportunidade de ingressar no Ensino Superior. Investimentos Na sua vez de perguntar, o presidente Lula questionou Geraldo Alckmin de onde virá o dinheiro para os investimentos porque o "povo não acredita, não adianta dizer que vai comer caviar todo dia". E lembrou seu adversário que o governo do Estado de São Paulo "ficou com o PCC" (a facção criminosa Primeiro Comando da Capital). Alckmin ironizou dizendo que pensou que "Lula fosse explicar de onde vem o dinheiro" e lembrou o petista que já se passaram 45 dias desde o início do caso dossiê, quando Gedimar Passos e Valdebran Padilha foram pegos em um hotel com R$ 1,75 milhão, que seria usado na compra de um dossiê contra tucanos. Sobre o PCC, o tucano manteve o tom irônico: "O PCC não é ligado ao meu partido". E citou números de redução de homicídio e aumento do efetivo policial durante sua gestão. Alckmin lembrou a figura do seu antecessor, o ex-governador Mário Covas, que morreu em 2001: "Ele está lá no céu me assistindo". Lula respondeu dizendo que se Alckmin cuidou da segurança, como ele diz, "o resultado é a maior quadrilha durante o governo dele. Imaginem o que pode acontecer no Brasil?". O presidente voltou ao assunto do dossiê citando a mentira descoberta nesta sexta sobre a falsa testemunha que queria incriminar Hamilton Lacerda, ex-coordenador de campanha de Aloizio Mercadante ao governo do Estado de São Paulo. Alckmin respondeu que no caso dossiê "a polícia pegou com a boca na botija". E que "a quadrilha do PCC está no presídio", enquanto os envolvidos nos recentes escândalos estão soltos. Assim que terminou essa fala, o tucano recebeu aplausos, único momento em que a platéia se manifestou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.