Lula defende sua equipe de governo em entrevista

Presidente disse que se sua "equipe não fosse boa", não teria o sucesso que está tendo

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Por Agencia Estado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, defendeu nesta quarta-feira, em entrevista ao Jornal da Record, sua equipe de governo. "Se minha equipe não fosse boa, nós não teríamos o sucesso que estamos tendo", citando dados de sua administração, como redução dos índices de pobreza, geração de empregos, aumento da renda do trabalhador, aumento da produção industrial e aumento das exportações, dentre outros dados. "Obviamente no novo governo será um nova equipe, novas pessoas serão convidadas, novas alianças políticas e o Brasil ganhará com isso," emendou. Ao falar de Ricardo Berzoini, presidente do PT e afastado da direção de sua campanha depois de ter o nome envolvido na tentativa de compra do dossiê Vedoin, Lula disse que ele foi "um extraordinário presidente do Sindicato dos Bancários, é um extraordinário deputado, foi a pessoa quem fez a reforma da Previdência". Mas, destacou que se ele cometeu algum erro, "ele pagará pelo erro cometido." Ao falar sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula afirmou: "É uma decepção". Já ao citar o senador José Sarney (PMDB-AP), Lula destacou: "É o único dos ex-presidentes que sabe se comportar como ex-presidente." Questionado sobre o senador pefelista Antônio Carlos Magalhães (BA), disse apenas: "Sem comentários." Alckmin Lula disse também ter pena de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência da República. O tucano disse na terça, em entrevista concedida ao mesmo programa, que o presidente da Bolívia, Evo Morales, manda no Brasil. "Eu fico com pena que um homem que quer ser candidato à Presidência da República diga uma sandice dessas" afirmou. "Porque na verdade o que eles queriam, eles, que se curvaram às grandes potencias mundiais por tantos anos, queriam que, no caso da Bolívia, o governo fizesse uma bravata. Queriam que eu gritasse, xingasse, colocasse o Exército na fronteira com a Bolívia para demonstrar que tinha força. Eu não preciso demonstrar força com armas, Exército ou Forças Armadas", completou. Lula disse que sua arma para resolver divergências com os países mais pobres da América Latina é o diálogo. Ele afirmou ainda que o tempo em que ia protestar na porta das fábricas passou. "Acho que nós temos que, dialogando, criar uma política de harmonia com a Bolívia, Uruguai, Paraguai, que são países menores, mais pobres e que precisam da ajuda dos países mais ricos como o Brasil e a Argentina", afirmou. "É assim que eu trato as coisas. Passou o tempo em que eu ia para a porta de fábrica xingar todo mundo. Agora prefiro uma boa conversa, porque o resultado é muito mais produtivo para todo mundo", explicou. Sanguessugas Lula acusou também o tucano Barjas Negri, atual prefeito de Piracicaba e ex-ministro da Saúde na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de estar envolvido na máfia das sanguessugas. Ao falar da suspeita de que há "jogada política" neste caso, por causa dos desdobramentos do caso, Lula disse que a história não está sendo contada em sua essência. E alfinetou: "A operação sanguessuga começou no governo passado (do ex-presidente tucano FHC), fomos nós que pedimos as investigações em 2004 e a Polícia Federal passou dois anos investigando." E continuou: "A essência é que o Barjas Negri está envolvido nisso e quando as pessoas falam o nome dele não falam Barjas Negri do PSDB, agora quando tem alguém do PT, falam que é do PT." Questionado sobre o pedido de prisão de seis ex-colaboradores seus, envolvidos no escândalo da tentativa de compra do suposto dossiê que vincularia os candidatos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin à máfia das sanguessugas, Lula disse: "A pessoa que pediu a prisão sabe que, nesses dias de eleições, as pessoas não podem ser presas. Então, eu como leitor, vendo a imprensa, fico pensando que tem alguma jogada política nesse negócio aí." Além de falar da suspeita de jogada política neste caso, o presidente disse que, após apuração de todos os fatos, os envolvidos serão punidos. E invocando uma frase utilizada pelo presidente cassado Fernando Collor de Mello, reiterou: "Doa a quem doer, vamos apurar, se queremos moralizar o País, não podemos jogar o lixo para debaixo do tapete." Matéria ampliada às 20h25

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