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Lula diz que cobranças de Dona Marisa o levaram a priorizar estradas

Ele revelou que as reclamações da primeira-dama o incomodaram muito e o levou a marcar uma reunião de governo para discutir o assunto

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente disse, em encontro com superintendentes do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) que foram sucessivas cobranças da primeira-dama Marisa Letícia que o levaram a dar prioridade ao problema das estradas. "Toda vez que eu chegava em casa, minha mulher falava: ´Lula, você viu o que está acontecendo nas estradas?", relatou o presidente, que é candidato è reeleição, mas ainda não está cumprindo compromissos de campanha. Ele disse que Dona Marisa acompanhava o noticiário da TV sobre a precariedade nas estradas. "Aquilo foi me incomodando, e aí fizemos uma reunião e decidimos priorizar a recuperação das estradas brasileiras e não permitir que os buracos continuassem atazanando a vida dos brasileiras". O presidente reconheceu que órgãos públicos estão desacreditados, mas fez uma defesa das instituições. "Na primeira reunião que tivemos aqui, eu disse que a fama de vocês não é boa na praça", lembrou o presidente, referindo-se a encontro semelhante que teve em 2003 no DNIT. "Eu disse isso como companheiro. No Brasil, temos o hábito de, quando a coisa não dá certo, a gente desacreditar na instituição e fechá-la". Na avaliação do presidente, o mau funcionamento e as irregularidades de órgãos públicos são causados por pessoas que estão à frente da administração. "Se tem uma coisa que tenho clareza é que o mandato de um prefeito, um governador e um presidente é temporário", afirmou. Num pronunciamento de cerca de 20 minutos, Lula ainda soltou farpas contra a imprensa que, à época, segundo ele, deu destaque aos buracos nas rodovias. "Agora, a imprensa parou de falar. Ou o problema está resolvido, ou o carro do jornalista caiu no buraco e não teve notícia", ironizou. Em seguida, o presidente disse que as exposições do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio de Oliveira Passos, e dos superintendentes mostraram que valeu a pena receber "desaforos" e críticas por causa da operação tapa-buraco. O presidente anunciou, também, que a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a quem chamou de "gerente" dos projetos, vai cobrar do ministro dos Transportes, todo mês, resultados na sua área de atuação. 100% O ministro dos Transportes rebateu as críticas à operação tapa-buraco iniciada pelo governo em janeiro. "Houve polêmica sobre se deveríamos fazer ou não a operação, mas hoje a população é agradecida e vê que faz diferença andar em uma estrada esburacada e em uma rodovia em que se pode rodar com tranqüilidade", disse em discursos no qual fez um balanço da operação tapa-buraco. O ministro afirmou que o governo atingirá 100% da meta de restaurar cerca de 26 mil quilômetros de rodovias federais. Até o dia 29 do mês passado, foram completadas as obras em cerca de 20,3 mil quilômetros de rodovias, o que equivalente a 78,3% do programa. Ele esclareceu as obras da operação tapa-buracos vão continuar apesar de a maior parte dos contratos emergenciais (confirmados sem licitação) terminarem no próximo domingo. Segundo ele, haverá continuidade das obras tanto nas rodovias em que os trabalhos estão sendo executados com base em contratos já licitados, quanto em obras emergenciais (sem licitação) cujos contratos foram assinados alguns meses depois do início oficial do programa.

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