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Lula e Alckmin concordam sobre Bolsa-Família. E só

O horário gratuito desta sexta-feira trouxe Alckmin e Lula mais incisivos em suas críticas mútuas

Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo menos um projeto estará garantido para os próximos quantro anos, qualquer que seja o candidato à Presidência eleito neste segundo turno: o Bolsa-Família. É o que se conclui das campanhas tanto de Geraldo Alckmin quanto de Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano, em seu programa eleitoral no horário gratuito nas rádios, prometeu não somente manter, mas ampliar e melhorar o atual Bolsa-Família, levando o benefício para ainda mais pessoas, de modo mais eficiente. O petista, candidato à reeleição, seguiu a mesma linha e também acenou com melhorias e ampliação no serviço. E a concordância entre ambos termina aí. O horário gratuito desta sexta-feira trouxe Alckmin e Lula mais incisivos em suas críticas mútuas. O programa tucano aproveitou a data, sexta-feira 13, para pedir ao eleitor que não "dê chance ao azar" e vote 45 (evitando o 13 petista). Geraldo Alckmin rebateu o que diz serem acusações sem fundamento de Lula: "Não vou privatizar (estatais) nem acabar com o Bolsa-Família. Lula fala isso para assustar as pessoas. Jamais decepcionei as pessoas". Lula, por sua vez, disse que o PSDB faz uma campanha que semeia o "ódio", dividindo o País, e adiantou que Geraldo Alckmin faria um governo para proteger e beneficiar "uma pequena elite", enquanto ele, Lula, e seu partido, o PT, trabalhariam pensando no povo e na união do Brasil. Trajetória e ´aerolula´ O programa tucano apostou em contar a trajetória de Alckmin. Lembrou que o candidato perdeu a mãe aos dez anos, pagou os estudos que o tornaram médico do próprio bolso e foi eleito vereador e prefeito de Pindamonhangaba ainda jovem (o programa não citou a cidade). Também mencionou que Alckmin esteve ao lado de Covas na "reconstrução" do Estado de São Paulo, quando "urbanizou favelas", "construiu 19 hospitais" e participou do "maior projeto habitacional da América Latina", sendo reeleito governador com mais de 12 milhões de votos. Como propostas de governo, Alckmin comentou seu Plano Nacional de Desenvolvimento, por meio do qual pretende transformar o Brasil num "canteiro de obras". O candidato destacou que o Plano propiciará a geração de empregos. E voltou a prometer: vai vender o Aerolula e, com o dinheiro da venda, construir "cinco hospitais decentes". Regiões Geraldo Alckmin enumerou projetos para diferentes Estados e regiões brasileiras. Para Minas Gerais, prometeu repassar recursos para conter a violência na Grande BH. O governador mineiro, Aécio Neves, participou do programa: "Eu voto na seriedade e no trabalho, por isso eu voto Alckmin". A proposta para Minas é semelhante à feita para o Rio de Janeiro, onde, além da violência, segundo o candidato, os recursos repassados visarão à despoluição das lagoas e da Baía de Guanabara. O prefeito carioca, Cesar Maia, também pediu votos ao presidenciável: "Com Alckmin presidente, teremos um novo Rio de Janeiro". O Nordeste terá a "atenção que precisa e merece", segundo Alckmin. Para Pernambuco, o candidato prometeu tirar do papel e construir a refinaria da Petrobras. Para a Bahia, o tucano se comprometeu a construir moradias populares e introduzir um projeto de mutirão pela saúde da mulher. Fechando a apresentação de projetos regionais desta sexta, Alckmin adiantou que pretende levar o Exército para proteger as fronteiras no Paraná, Estado onde imagina também trabalhar em parceria com os prefeitos para o incremento no setor agrícola. Os números de Lula O presidente Lula usou o programa para apresentar números comparativos entre seus quase quatro anos de governo com os oito anos de governo do tucano FCH. O programa lembrou que esta gestão quitou a dívida com o FMI, que era de US$ 20 bilhões. Também mencionou a taxa de criação de empregos, de 105 mil vagas por mês ante oito mil do governo Fernando Henrique Outro comparativo foi o gasto com programas sociais. No governo petista, segundo o programa das rádios, foram investidos R$ 8 bilhões em quatro anos; no governo tucano, foram R$ 2 bilhões em oito anos. O salário mínimo também foi mencionado por Lula como um diferencial entre seu governo e o de FHC. Segundo o candidato à reeleição, em seus pouco menos de quatro, o mínimo aumentou 25%, mais do que os 20% de aumento conquistado na era Fernando Henrique. Somente no Sudeste, ainda segundo o presidente, foram injetados em sua gestão, com aplicações diversas, R$ 55 bilhões. Em Minas, o programa petista citou o ProUni como exemplo de sucesso. No Rio, a reativação da indústria de construção naval. O candidato derrotado ao governo do Rio de Janeiro Marcelo Crivella participou do programa, ao dizer que o povo do Estado "não pode perder a oportunidade de reeleger" o presidente Lula. Seu concorrente e ainda candidato Sérgio Cabral também pediu votos para a reeleição: "não vamos brincar com nosso voto. Para presidente é 13, é Lula", conclamou. Própria carne "Temos um projeto de nação diferente", pronunciou Lula. "Eles trabalharam para uma pequena elite; nós, para todos. Eles fazem uma campanha de ódio para dividir o Brasil; nós, para unir. Eles privatizaram, encolheram os salários e diminuíram o emprego; nós acabamos com a inflação, nos libertamos do FMI, diminuímos a pobreza e a desigualdade". Lula ainda acusou o governo tucano de acobertar escândalos e impedir a realização de CPIs. No seu governo, segundo Lula, os escândalos são investigados ao ponto de o governo ter de "contar a própria carne", em caso da necessidade de punição de algum de seus pares. Lula terminou seu programa desta sexta-feira 13 reiterando que ampliará o Bolsa-Família e prometendo levar luz elétrica às zonas rurais ainda sem energia.

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