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Lula e Alckmin convocam aliados regionais para a disputa do segundo turno

No entendimento das duas coordenações de campanha, as alianças regionais devem definir o sucesso ao final do segundo turno das eleições

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participaria de uma reunião, nesta quarta-feira, com oito governadores, petistas e aliados, com os quais pretende contar como líderes regionais de sua campanha à reeleição. A campanha de seu adversário na disputa pela presidência, Geraldo Alckmin, segue a mesma linha: o tucano pretende contar com a efetiva participação de José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), além montar acordos regionais para impulsionar sua aceitação. Na reunião de Lula, que começaria às 9 horas no Palácio da Alvorada, os oito governadores deviam ser destacados como os principais cabos eleitorais do presidente em seus respectivos Estados. Dos oito, quatro são petistas e quatro são aliados de outros partidos: Binho Marques (PT), do Acre; Eduardo Braga (PMDB), do Amazonas; Waldez Góes (PDT), do Amapá; Jaques Wagner (PT), da Bahia; Cid Gomes (PSB), do Ceará; Wellington Dias (PT), do Piauí; Marcelo Déda (PT), de Sergipe, e Marcelo Miranda (PMDB), do Tocantins. Segundo petistas, outro governador eleito que Lula gostaria de ver em sua campanha de segundo turno é o capixaba Paulo Hartung (PMDB). O fato de Hartung ser antigo aliado de Serra facilitaria, avaliam os petistas, a participação do governador capixaba na frente pró-Lula, contra o candidato tucano Geraldo Alckmin. A coordenação da campanha de Lula aposta nas divergências veladas entre Serra e Alckmin para ampliar a frente de apoio nos Estados. Na tarde de terça, Lula recebeu o candidato do PMDB ao governo de Goiás, senador Maguito Vilela, o presidente do diretório na Bahia, deputado Geddel Vieira Lima, e o senador Ney Suassuna - que, citado no escândalo dos sanguessugas, perdeu a eleição para um novo mandato e desfalcará a bancada pró-Lula do PMDB em 2007. De acordo com o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, que também participou da conversa com Lula, o presidente disse que pretende chamar lideranças nacionais e partidos aliados para "sacudir" a campanha nacional. Tucanos querem ´nacionalizar os Estados´ A estratégia definida pelo comitê de campanha de Geraldo Alckmin, segundo seu braço direito, João Carlos Meirelles, considera três frentes de batalha: o poder de fogo dos governadores eleitos; não permitir que as derrotas desmobilizem suas lideranças; motivar a nacionalização da disputa nos Estados que ainda têm segundo turno. O comando da campanha quer que o governador eleito de São Paulo, José Serra, e Aécio Neves, reeleito em Minas, tenham um papel fundamental nesse segundo turno. A preocupação do comitê é eleger Alckmin e neutralizar as tentativas de antecipar as disputas entre Aécio e Serra nas eleições de 2010. "Todas as suposições sobre as pretensões de Serra e de Aécio para a Presidência em 2010 devem ser deixadas para o futuro", advertiu Meirelles. A segunda frente será estimular os aliados do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) a atrair eleitores na Bahia, apesar da derrota do governador Paulo Souto para o petista Jaques Wagner e também na disputa no Senado. Da mesma forma, impulsionar o tucano Lúcio Alcântara, derrotado para Cid Gomes (PSB) ao governo do Ceará, a mostrar sua força política local no segundo turno, em favor de Alckmin. Nesse caso, o esforço de Alcântara continuará a dar-se em paralelo ao do coordenador da campanha e presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, já que são adversários locais. Na sua terceira linha, o comitê de campanha quer construir "alianças nacionais com peculiaridades específicas". No Rio, onde candidato tucano Eduardo Paes não teve boa votação, Alckmin deverá reforçar sua aliança de primeira hora com o prefeito César Maia. Mas, mesmo com a oposição do prefeito, amarrou nesta terça-feira o apoio da governadora Rosinha Garotinho e seu marido, ambos do PMDB. Explorar a guerra PSDB-PT nos Estados em que os aliados a Alckmin competirão com candidaturas petistas também é objetivo de Alckmin. É a situação de Pernambuco, por exemplo, onde Mendonça Filho (PFL) deverá somar seu empenho ao do candidato tucano para ampliar a margem de votos para ambos. Segundo Meirelles, a consolidação das alianças e a formulação operacional da campanha deverão ser concluídas até o final desta semana. O comando da campanha de Alckmin deverá reunir-se entre hoje e amanhã com o presidente do PDT, Carlos Luppi, para tratar da possível aliança para o segundo turno.

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