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Lula e Alckmin discutem corrupção no início de debate

Presidente afirma que não há denúncia que não se apure em seu governo, "atinja quem atingir"

Por Agencia Estado
Atualização:

No início do debate da Rede Record, realizado nesta segunda-feira entre os candidatos à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), ambos tiveram dois minutos para se apresentar. Lula iniciou o debate querendo discutir "coisas para a sociedade brasileira". "Precisamos debater o problema da desigualdade social nas regiões metropolitanas, problemas de atraso do Norte e Nordeste, tratados como segunda classe. Problemas do Centro-Oeste", disse, ressaltando as conquistas de sua gestão, na criação de universidades, redução da pobreza. O presidente se comparou com o ex-presidente Juscelino Kubitschek (entre 1956 e 1961). Já o Geraldo Alckmin iniciou agradecendo a todos que votaram nele e que o receberam nos Estados visitados durante a campanha. O tucano afirmou que o eleitor deve votar pensando no futuro, e criticou o governo com os últimos dados: "Se pegarmos as notícias da semana, o Brasil de novo e o é o último da América Latina em crescimento. Só perde para o Haiti". Alckmin falou também dos escândalos de corrupção do governo petista e citou o caso de superfaturamento no aeroporto de Congonhas. "O atual governo é parado na economia e acelerado nos escândalos", disse. "Nossa proposta e trabalharmos com ética e eficiência, e melhorar serviços". Denúncias de corrupção Alckmin faz a Lula uma pergunta que considera "desagradável", incitando o presidente a responder por que houve cinco ministros de seu governo denunciados pelo Ministério Público ou pela Justiça. Lula respondeu que não se investigou e se apurou tanto quanto em seu governo, e o mesmo aconteceria se os tucanos não tivessem bloqueado 69 investigações de CPIs durante a gestão de Alckmin em São Paulo. "Não há denúncia que não se apure em meu governo", disse o presidente, "atinja quem atingir". "À medida que você tem uma denúncia, você faz uma apuração, seja pelo Ministério Público ou pela Polícia Federal e depois vai para julgamento", afirmou Lula com assertividade, "é esse sistema que quero no Brasil". Lula ainda salientou que se deve pedir desculpas para acusados absolvidos, porque "se não for assim, não se consolida o processo democrático no Brasil". E prometeu apurar "muito mais se houver novas denúncias", dizendo que acabou a era de denúncias "debaixo do tapete". Na réplica, o tucano disse que as investigações de seu governo não são verdade. Segundo Alckmin, "tudo isso surgiu porque a imprensa denunciou, porque o Roberto Jefferson falou". "Se há tanto apreço à investigação, porque não diz de onde vieram os 1,75 milhões para a compra do dossiê?", questionou. Na tréplica, o petista disse que Alckmin não percebe que esse discurso "não está dando certo, que o povo está repudiando". Ele afirmou ainda que Roberto Jefferson foi cassado por falta de decoro parlamentar e finalizou dizendo que o que importa é que houve uma denúncia, e ela "não foi engavetada".

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