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Lula faz campanha pelo Nordeste durante o final de semana

Lula fez neste sábado defesa de "companheiros" suspeitos de integrar as máfias das sanguessugas e dos mensaleiros

Por Agencia Estado
Atualização:

Mesmo enfrentando uma maratona de viagens de campanha pelo Nordeste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrava muito bom humor ao sair de Aracaju em direção a João Pessoa, primeira das três cidades a serem percorridas por ele neste sábado. Lula avisou que o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) não estaria em seu palanque hoje. "Problemas internos dele no Estado", justificou Lula, assegurando que não pediu ou recomendou a Suassuna, acusado de envolvimento com a máfia de sanguessuga, que não estivesse ao seu lado. Tentando desvencilhar-se da imagem de que está com salto alto, certo da vitória, o presidente não quis comentar as metas de crescimento para os próximos anos de governo. "Primeiro deixa acabar as eleições. Primeiro deixa passar as eleições", respondeu. João Pessoa Sob sol escaldante do meio-dia, Lula fez neste sábado uma defesa de "companheiros" suspeitos de integrar as máfias das sanguessugas e dos mensaleiros. Em comício no centro de João Pessoa, ele resolveu fazer "justiça" ao senador Ney Suassuna (PMDB-PB), acusado de integrar o esquema: "Ney Suassuna foi um senador leal e teve um comportamento decente", disse Lula. Suassuna não apareceu ao comício (presença de cerca de cinco mil pessoas, segundo a PM) e à carreata de Lula por bairros pobres da capital paraibana. "Se ele (Suassuna) cometeu algum erro, tem o direito de se defender, ser julgado e depois ser condenado", afirmou o presidente. "Não podemos aceitar o julgamento por parte dos nossos adversários", completou. "Se a gente fosse aceitar o julgamento deles, eu já estaria morto." Formação Embora tenha subido ao palanque do comício tranqüilo, o presidente fez um discurso com muitos gestos e aumentando o tom da voz. Ele voltou a recorrer a trechos tradicionais de discursos: "Minha mãe nasceu e morreu analfabeta", "quiseram fazer comigo o que fizeram com Juscelino, João Goulart e Getúlio Vargas" e "neste País não pode um presidente que gosta de povo". Também não faltou ataques diretos ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e aos demais tucanos. "Nunca li os livros que eles leram, mas eles nunca vão entender de povo como eu entendo", afirmou. Ao comentar as críticas à sua formação, o presidente disse que os "ignorantes" confundem inteligência com anos de escolaridade. "A inteligência é uma coisa à parte, a inteligência é uma coisa que poucos têm no mundo", disse. Ele destacou ações do governo voltadas para a população mais pobre, como o Luz para Todos. "Tenho fé em Deus que me tornarei o presidente que apagou o último candeeiro deste País, levando luz elétrica para a casa das pessoas", salientou. "As pessoas achavam que um presidente tinha de ser um senhor de engenho e não um cortador de cana", acrescentou. No discurso de cerca de 40 minutos, o presidente disse, numa referência aos tucanos, que os adversários estavam acostumados em governar para apenas 35 milhões de pessoas. "Eu me considero o presidente dos pobres." Lula fez um "apelo" à imprensa, sem demonstrar ironia, para divulgar que ele é o "presidente dos pobres". "Eu tenho desafiado os estudiosos das universidades", afirmou. "Tenho pedido, quase implorando, para que a imprensa me ajude e pesquise para saber se tem na história alguém que cuidou mais dos pobres do que nós."

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