Lula não discriminará os que apoiaram Alckmin, diz Garcia

"Eu conheço bestas políticas com doutorado e conheço pessoas de enorme sabedoria com formação escolar reduzida", acrescentou o presidente do PT

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do PT e coordenador da campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, afirmou que caso eleito, Lula não irá discriminar governadores que apoiaram o seu adversário, Geraldo Alckmin. Na avaliação de Garcia, a grande votação que Lula deverá receber, de acordo com as pesquisas eleitorais, facilitará a implementação do programa de governo no segundo mandato. "Teremos a possibilidade de entrar na segunda etapa de governo, que será de maior desenvolvimento econômico, mais distribuição de renda, reforço da soberania nacional e mais democracia; questões fundamentais que serão implementadas em ritmo mais acelerado", afirmou. "Se tivermos expressiva base no Congresso Nacional, além de governadores sintonizados com as propostas, as coisas serão mais fáceis", observou. Garcia atribuiu o aumento da preferência de votos para Lula, registrado pelas pesquisas eleitorais, à decisão do Comitê de campanha de dar mais nitidez às diferenças de programa das duas candidaturas. "Tivemos condições de chamar a atenção do povo brasileiro para as questões que estavam em jogo. Isso incomodou nossos adversários que insistiram na tecla de desqualificar o eleitorado", referindo-se às insinuações dos partidos adversários de que se o povo fosse mais informado o resultado da eleição seria outro. "Não existe uma cidadania de primeira e segunda classe. Eu conheço bestas políticas com doutorado e conheço pessoas de enorme sabedoria com formação escolar reduzida", observou. Ele ressaltando que o presidente Lula tem um eleitorado de diversos níveis de escolaridade e de diversas faixas de renda. Garcia também afirmou que não está preocupado com eventuais fatos novos que possam surgir até domingo, dia do segundo turno da eleição, e prejudicar a candidatura Lula. Segundo ele, a questão do dinheiro para a compra do dossiê Vedoin é objeto de investigação da Polícia Federal (PF). "Esse dinheiro evidentemente não veio das instituições formais do PT", afirmou, ao ser questionado sobre declaração de integrantes da PF, de que o dinheiro seria do caixa 2 do partido. Garcia acusou a oposição de confundir eleição com delegacia de polícia. "O fato novo é a enorme adesão da sociedade brasileira a Lula", afirmou. Marco Aurélio Garcia reafirmou que no governo Lula todos os escândalos que vieram à tona foram investigados pela PF e que eles se tratavam de épocas anteriores a 2003.

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