Lula nomeia sindicalista para comandar a Anatel

O presidente agradou a ala sindicalista do governo e contrariou as expectativas de que o cargo seria ocupado por um indicado do PMDB

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu agradar à ala sindical do governo e nomeou hoje o conselheiro Plínio de Aguiar Júnior para um mandato-tampão de presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Com isso, contrariou as expectativas que o cargo seria ocupado por um indicado do PMDB. Aguiar Júnior fica no comando do órgão até 31 de dezembro. Enquanto isso, o partido terá mais tempo para encontrar um nome de consenso. Definido o presidente, a Anatel pode autorizar a redução de cerca de 0,5% das tarifas da telefonia fixa local, que deve entrar em vigor na quinta-feira. A posse dele será na segunda-feira e, em seguida, ele assina o ato autorizando a queda nas tarifas, aprovada na quarta-feira, que então serão publicadas no "Diário Oficial". As tarifas não começam a valer antes de as operadoras publicarem os novos preços durante dois dias, em jornais de grande circulação. Se os prazos forem cumpridos, as contas de telefone ficarão mais baratas a partir do dia 13. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse hoje que a decisão de nomear Aguiar Júnior foi tomada para que a Anatel possa retomar os procedimentos administrativos. A Anatel está há um mês sem comando. Segundo Costa, a administração federal optou pela continuidade, uma vez que Aguiar Júnior é conselheiro da agência e ocupou, interinamente, a presidência do órgão, de novembro - quando venceu o mandato de Elifas Gurgel do Amaral - até junho, quando expirou o mandato dele como presidente substituto. A nomeação representa uma vitória do presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações (Fittel), José Zunga, do PT de Brasília, amigo de Lula. Ele convenceu o presidente a não nomear interinamente o conselheiro José Leite Pereira Filho, como queria Costa. O principal argumento usado contra Leite é o fato de ele ter sido nomeado para a agência ainda no governo Fernando Henrique, do PSDB, e por ser considerado independente demais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.