Lula recua e adota tom conciliador com a mídia

Pesquisas do PT indicaram que desconfiança com 'radicalismo' petista começa a reaparecer

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Foto do author Vera Rosa
Por Vera Rosa , Elder Ogliari e PORTO ALEGRE
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No penúltimo comício da campanha de Dilma Rousseff (PT), em Porto Alegre, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou tom conciliador com os meios de comunicação e disse que ninguém deve ficar "zangado" com a imprensa. Disse, ainda, que somente Dilma pode construir a unidade no País após a eleição, espantando o "ódio" da oposição.Um dia depois do ato realizado em São Paulo, com apoio do PT, contra o "golpe midiático", Lula tentou apaziguar o relacionamento com a mídia. "A imprensa é muito importante para este país", disse ele, diante de uma multidão que lotou o Largo Glênio Peres, no centro da capital gaúcha. "Quando falam mal da gente ninguém gosta, mas quando falam bem, o ego enche. A gente precisa ter humildade."O discurso mais ameno faz parte da estratégia dessa reta final de campanha. Não sem motivo: pesquisas internas em poder do PT indicaram, nos últimos dias, que a desconfiança em relação ao chamado "radicalismo" petista começa a reaparecer em segmentos da classe média.Ao lado de Dilma e do concorrente do PT ao governo gaúcho, Tarso Genro, Lula disse que a democracia sempre foi um valor "incomensurável" para ele. A candidata adotou a mesma linha e deu estocadas no adversário do PSDB, José Serra, que tem procurado associar o PT ao apoio a ditaduras. "Nós somos os verdadeiros democratas, porque acreditamos no povo e na liberdade de expressão", afirmou Dilma.Em recente comercial veiculado na internet - atribuído pelos petistas à campanha tucana -, um locutor diz que "o PT só não conseguiu calar a imprensa porque Lula não deixou". O PT pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a suspensão do vídeo.Bordoada. Depois de Serra ter acusado o PT de dividir o País, Lula disse que Dilma vai construir acordos com todos os setores da sociedade, se for eleita para ocupar sua cadeira no Planalto. O presidente lembrou os protestos que ocorreram no México e no Irã, após as eleições, para garantir que a situação não ocorrerá no Brasil. O presidente disse que Dilma não só dará continuidade ao seu governo como fará mais. "Ela vai ser eleita e ainda vão dizer: "Quem deu uma bordoada no metalúrgico foi uma mulher"."

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