Lula tem pouca chance de acabar com ´picaretas´, diz jornal

A eleição foi tema em diversos jornais internacionais

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Por Agencia Estado
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As eleições brasileiras foram tema de matérias em jornais europeus e sul-americanos, um dia depois de o candidato Luiz Inácio Lula da Silva lançar seu programa de governo para um eventual segundo governo petista. O jornal argentino Página 12 cita pesquisas que indicam vitória do atual presidente já no primeiro turno, mas avalia: ?São poucas as chances que (Lula) tem de enterrar uma maldição política que vem de anos? - a corrupção. ?Em meados dos anos 90, o grupo Paralamas do Sucesso gravou o rock ´300 picaretas´, em alusão aos legisladores que vendiam seus votos pela melhor oferta?, lembrou o diário. ?Desde então, três governos foram eleitos, e nenhum deles pôde acabar com os ´picaretas´?. O diário econômico Financial Times também abordou as eleições brasileiras. O jornal registrou que nem Lula nem o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, apresentaram programas de governo com ?substância para diferenciá-los?. Alckmin ainda não apresentou seu programa de governo completo. Violência O francês Le Fígaro prefere abordar o problema da segurança pública, especialmente em São Paulo, ?uma cidade à beira de uma guerra civil?. ?Em São Paulo, a violência faz parte do cotidiano. Os ricos se entrincheiram atrás de muros altos com cercas elétricas, em casas de janelas de grade ou em condomínios de luxo bem patrulhados. A segurança se tornou um mercado bilionário?, escreve o diário. A matéria destaca o alto número de seqüestros na capital paulista, onde, há apenas alguns meses, a polícia se viu ?impotente? diante da demonstração de força dada pela facção criminosa PCC. Amazônia O vespertino parisiense Le Monde circula com reportagem sobre o projeto educacional Rondon, pelo qual centenas de universitários brasileiros partem à região Amazônica para transmitir seus conhecimentos às populações locais. O jornal coloca o projeto em um contexto de afirmação nacional da Amazônia, de ?ocupar para não entregar?. ?Apesar de um velho ditado que diz que ´A Amazônia é nossa´, os frutos dessa região - cupuaçu, spoti, ou tucumã - e de suas palmeiras - pupunha ou bacuri - não são vendidos nos mercados do sul do Brasil. Os produtos amazônicos enfrentam dificuldades para serem distribuídos dentro do país. A economia não é nem um pouco solidária?, afirmou. Base anti-drogas Jornais espanhóis e sul-americanos destacaram que os recursos do Aqüífero Guarani - que se estende pelo subsolo de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - podem ser o real objetivo por trás da iniciativa americana de financiar um escritório anti-drogas e anti-terrorismo no Cone Sul. O diário El Periódico, da Catalunha espanhola, diz que ?os Estados Unidos puseram os olhos na Tríplice Fronteira depois dos atentados de 2001, mas até agora não conseguiram demonstrar que essa zona turva também seja um santuário terrorista?. Para o também espanhol El Mundo, o ato pode significar um apoio ao governo do presidente paraguaio Nicanor Duarte, em meio ao descontentamento de Paraguai e Uruguai com o andamento do Mercosul. O diário diz que a criação do escritório ?confirma as suspeitas? de que os Estados Unidos planejam abrir uma base militar na Tríplice Fronteira. Essa hipótese foi negada ao diário argentino Clarín por um porta-voz da Embaixada americana em Assunção. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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