O presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, tomou a decisão certa ao não comparecer ao debate de quinta-feira à noite, entre os presidenciáveis, na Rede Globo de Televisão. A avaliação é do cientista político e pesquisador da PUC e FGV, Marco Antônio Carvalho Teixeira. Em sua avaliação, com o acirramento dos ataques por parte dos adversários e os desdobramentos do escândalo do dossiê Vedoin, Lula poderia ter ficado muito vulnerável e com a performance prejudicada. Carvalho Teixeira lembra que a audiência do debate foi muito boa (cerca de 30 pontos de média na Grande São Paulo, de acordo com o Ibope) e que isso pode ter algum reflexo no eleitorado, já parte do público que assiste ao debate está em busca de definição. "Mesmo com esse dado, é preciso avaliar o perfil desse telespectador e eu acredito que teremos uma posição mais definida se houve ou não impacto da ausência do presidente no debate somente neste sábado, com a divulgação de mais uma pesquisa (do o Instituto Datafolha, com uma mostra de cerca de 14 mil entrevista em todo o País)", emendou. O pesquisador da PUC e FGV acredita que os resultados das últimas pesquisas de intenção de voto ainda não são suficientes para garantir a vitória de Lula no primeiro turno dessas eleições. "A vantagem do presidente para os concorrentes ainda está apertada", disse. Sobre a participação dos presidenciáveis da coligação PSDB-PFL, Geraldo Alckmin, do PSOL, Heloísa Helena, e do PDT, Cristovam Buarque, no debate de quinta-feira à noite, Carvalho Teixeira salienta que eles tiveram uma participação "morna, que não acrescentou nenhuma novidade no cenário deste final de campanha de primeiro turno".