
19 de setembro de 2010 | 00h00
Verdadeira ou não a autoria, a sentença é oportuna. A agressividade de Lula na defesa de Dilma, que antecede em muito o suposto comentário do publicitário, devolve à cena política o metalúrgico do discurso incendiário, inimigo das elites e um enfurecido defensor das massas.
Nesse contexto, os discursos de Lula e José Dirceu concordam naquilo que o dirigente petista chamou de "excesso de liberdade de imprensa", diz um ministro com trânsito no Planalto, para quem tal radicalização estimula uma campanha contra a mídia, repercutida pela rede de blogs a serviço do PT.
Monitor cardíaco
Depois do escândalo que derrubou Erenice Guerra, a aliança PT/PMDB utilizou os trackings, que medem por telefone a oscilação diária dos candidatos, como um monitor cardíaco. "Parece medição de pressão arterial", diz uma fonte do PMDB. Dilma teve três dias consecutivos de queda no tracking Vox Populi/Band/iG logo após as denúncias.
Telhado de vidro
Cotado para continuar no cargo se Dilma for eleita, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), quer presidir o Senado. Mas o fogo amigo lembra que ele tem telhado de vidro: só aguentou 122 dias como ministro da Previdência, fulminado por denúncias de corrupção. Conflito de interesses
É provável que o próximo
Congresso questione a liberdade dos institutos de pesquisa - decisivos para os financiamentos - de prestar serviço à população e aos candidatos ao mesmo tempo. "Ou um ou outro", diz o ministro do STF, Gilmar Mendes, em apoio à causa.
Fala indigesta
A promessa de José Dirceu, de mais poder ao PT num eventual governo Dilma, ainda revolta o PMDB.
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