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Macarrão desiste de dar depoimento após confusão com advogados

Defensor alega que interrogatório foi interrompido de propósito porque réu não teria condições de falar

Por Marcelo Portela e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

CONTAGEM, MG- O depoimento do braço direito do goleiro Bruno Fernandes, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, foi encerrado na noite desta quinta-feira, 11, poucos minutos após ser iniciado.

 

 

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Ele é acusado, junto com o goleiro e outras sete pessoas, do sequestro e assassinato da ex-amante do jogador, Eliza Samudio, de 25 anos, e seria ouvido pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

 

Ao entrar na sala de audiência, o réu disse que pretendia responder às perguntas da magistrada, ao contrário do que fez no inquérito da Polícia Civil sobre o caso. Marixa chegou a ler o interrogatório, no qual Macarrão usou o direito de se manifestar apenas em juízo na maioria da perguntas.

 

Porém, no meio da leitura, a juíza teve um bate-boca com um dos advogados do acusado, Cláudio Dalledone Júnior, que estava conversando com colegas durante o interrogatório. No meio da discussão, o advogado virou-se para seu cliente e disse que não era para ele responder a nenhuma pergunta, orientação seguida por Macarrão.

 

Logo após o encerramento do depoimento, porém, outro advogado do réu, Américo Leal, assumiu que a conversa entre os defensores foi uma estratégia da defesa, com a intenção justamente de encerrar o depoimento.

 

Ele alegou que as declarações de Bruno, dadas durante todo o dia, foram suficientes para a defesa dos acusados. Perguntado se o cochicho entre os advogados era para provocar a interrupção, Leal foi direto: "era, provocando essa situação mesmo". "O Bruno deu um depoimento foi retilíneo. Qualquer contradição em que Luiz Henrique entrasse poderia ser interpretada de forma errada e prejudicar meu cliente e a defesa. Não há porque dois depoimentos aqui, se eles são acusados da mesma coisa. O Bruno já falou e está bom", afirmou.

 

"Sempre fui do posicionamento de que ele não deveria falar. Nós percebíamos que o Macarrão não ficaria tranquilo. Ficaria muito nervoso e poderia falar coisas que ele não quisesse dizer. Mas ele disse que queria falar. E quando vimos que o estado dele se agravou, de nervoso, decidimos que ele não deveria falar", acrescentou, e disse ainda que foi procurar a família de Macarrão na saída do fórum para explicar o que havia ocorrido.

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O promotor Gustavo Fantini, que acompanha o julgamento, ouviu a entrevista de Leal e pediu para que as informações constassem na ata da sessão, o que causou novo bate-boca no plenário e protesto dos outros advogados de defesa. No entanto, Leal confirmou as declarações em outras entrevistas concedidas depois, a emissoras de TV e rádio e a magistrada pediu, inclusive, cópia das declarações para serem transcritas e incluídas no processo.

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