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Machado Dias é o segundo juiz a ser morto em SP

Por Agencia Estado
Atualização:

José Antonio Machado Dias é o segundo juiz na história do Judiciário paulista a ser assassinado por contrariar interesses no exercício da atividade jurisdicional. A primeira vítima foi o magistrado Jaime Garcia Pereira, titular da comarca de Mirassol e pai de três filhos, morto a tiros, também em emboscada, pelo pistoleiro Augusto Severino da Silva, vulgo Juquinha, no dia 20 de novembro de 1961, naquela cidade. A mandante do crime foi a fazendeira Madalena Moreira - condenada a pesada pena após três julgamentos -, viúva do deputado Anisio Moreira, que morreu em 1959, em desastre de avião. Madalena, mulher enérgica e voluntariosa, passou a administrar o vasto patrimônio deixado pelo marido. Não tardou a se indispor com o juiz Jaime Garcia, que presidia um processo no qual o Banco do Brasil executava uma dívida de 23 milhões de cruzeiros. O juiz determinou a penhora das fazendas da milionária, assinando com isso a própria sentença de morte. Madalena viajou para Mato Grosso, onde contratou Juquinha, que executou o juiz quando ele conversava com a família, na varanda de sua residência. Roída pelo remorso, Madalena confessou seu crime ao vigário de Mirassol. O padre respeitou o segredo do confessonário, mas a convenceu a se entregar à polícia. Madalena foi condenada ainda - fato na época inédito na Justiça brasileira - a pagar 350 mil cruzeiros à família da vítima, face a uma ação de indenização proposta pelo advogado Edevaldo Alves da Silva.

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