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Madre Teresa é canonizada pelo Papa Francisco

Cerimônia ocorreu na Cidade do Vaticano, com a presença de mais de 100 mil pessoas

Por José Maria Mayrink
Atualização:
Madre Teresa de Calcutá: cerimônia de canonização foi neste domingo Foto: Dibyangshu Sarkar / AFP

O Papa Francisco canonizou Madre Teresa de Calcutá neste domingo, em uma missa para mais de 100 mil pessoas na praça de São Pedro. "Nós declaramos a beata Teresa de Calcutá santa, decretando que deve ser venerada como tal por toda a igreja", disse o Papa, em uma cerimônia, provocando o aplauso de toda a congregação.   

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Nascida em uma família albanesa, no que hoje é a Macedônia, Madre Teresa fundou as Missionárias da Caridade em 1950, com 12 seguidores em Calcutá, Índia. Atualmente, a ordem percorre hospitais, asilos, abrigos e outros serviços em mais de 139 países.  

A canonização de Madre Teresa ocorre um dia antes do 19º aniversário de sua morte, 5 de setembro, e entrará no calendário da Igreja Católica.

A cerimônia de canonização de Madre Teresa de Calcutá, na manhã deste domingo, 4, em Roma, foi uma das comemorações mais importantes do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que começou em 8 de dezembro de 2015 e se encerra dia 20 de novembro.

O papa Francisco escolheu para a celebração a data porque ela foi um exemplo da misericórdia de Deus para com os pobres, aos quais dedicou sua vida. Madre Teresa nasceu em 1910 e morreu em 1997.

O caso que levou à canonização tem um brasileiro – o engenheiro Marcílio Haddad Andrino – como o beneficiário da cura classificada como fato extraordinário pelos médicos e considerada milagre pela Igreja. O papa Francisco reconheceu sua autenticidade em decreto publicado em 17 de dezembro, após análise da Congregação para as Causas dos Santos. Andrino, atualmente residente no Rio, está em Roma, com a família, a fim de assistir à cerimônia de canonização.

Até sexta-feira, 100 mil ingressos haviam sido distribuídos para a missa de canonização. Representantes de diversos governos estiveram presentes na cerimônia.

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Madre Teresa foi canonizada 19 anos após a morte, tempo muito curto em comparação com os de outros candidatos ao altar nos processos da Congregação para as Causas dos Santos. Ela foi beatificada em 2003, seis anos depois de morrer, por empenho pessoal do papa João Paulo II, que a tinha conhecido pessoalmente e a considerava um exemplo atualíssimo para a Igreja – avaliação compartilhada por seus sucessores, Bento XVI e Francisco.

Origem. Uma das figuras mais veneradas pelos devotos, Madre Teresa era de origem albanesa – recebeu no batismo o nome de Agnes –, nasceu em Escópia, capital da Macedônia, na antiga Iugoslávia. Era a caçula dos cinco filhos de Nicola e Drane Bojaxiu, uma família pobre e muito religiosa. Aos 18 anos, Madre Teresa decidiu ser freira. “Sou albanesa de sangue e indiana por cidadania”, assim se apresentava a freira que, ao chegar à Índia como missionária, incorporou em sua identidade o nome da cidade no leste indiano que a acolheu.

Fundou a Congregação das Missionárias da Caridade, que teria também um ramo masculino. Vestiu uma túnica branca com faixas azuis e, com as primeiras companheiras, dedicou-se ao serviço dos mais pobres entre os pobres. Idosos, doentes e, entre esses, os hansenianos, tiveram prioridade na sua atenção. O papa Pio XII aprovou em 1950 as Missionárias da Caridade.

Elas são hoje cerca de 5 mil irmãs e atuam no mundo em pequenas comunidades. No Brasil, são 70 religiosas, que trabalham em 13 Casas, incluindo uma em São Paulo – Madre Teresa visitou duas vezes o País. Em 1979, ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Sua figura, no entanto, não era uma unanimidade. Ela chegou a ser criticada por supostamente não dar o tratamento adequado aos pacientes.

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