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Mãe de João Hélio critica atraso de votação sobre maioridade

Pais participaram de missa para garoto que morreu arrastado por veículo

Por Agencia Estado
Atualização:

A comerciante Rosa Cristina Fernandes Vieites, mãe do menino João Hélio Fernandes Vieites, de 6 anos, assassinado ao ser arrastado por um carro roubado por bandidos, criticou nesta quinta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo fato de o Senado não ter votado na quarta a proposta de redução da maioridade penal. A decisão foi da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que criou uma comissão especial para discutir o tema no prazo de 45 dias. "Sua Excelência, o presidente, quer que a sociedade caia no esquecimento para que nada mude. Esse é o objetivo dele", disse Rosa. O pai do menino, Elson Lopes Vieites, lamentou a decisão, mas disse que não vai desistir de lutar pela idéia. "Não era o que esperávamos, mas não é por isso que vamos desanimar". Nesta quinta, eles participaram de uma missa em homenagem ao filho, realizada na escadaria da Câmara Municipal do Rio. A cerimônia, conduzida pelo padre Benedito Reis Filho, da paróquia do Santo Cristo (centro), aconteceu por iniciativa da vereadora Leila do Flamengo, e teve a presença da atriz Cássia Kiss. Aproximadamente 200 pessoas assistiram à missa, iniciada pouco depois das 18 horas. Parentes de outras vítimas da violência também participaram. Ao lado da escadaria, um grupo colhia assinaturas para enviar ao Congresso uma emenda popular com o objetivo de modificar seis pontos da legislação penal: fim da aplicação do conceito de crime continuado em casos de homicídio; fim do direito a novo julgamento para réus condenados a penas superiores a 20 anos de reclusão; aplicação de benefícios tendo por base o tempo total da condenação, em vez dos 30 anos estabelecidos pela lei como pena máxima; exigência de trabalho como condição para a concessão de benefícios a condenados; fim do recurso em liberdade para os condenados por crimes hediondos; e fim da concessão do benefício de indulto a condenados por crime de tortura.

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