Mãe entrega jovem acusado de matar médica

Adolescente de 14 anos teria sido reconhecido por testemunhas; mulher diz que filho estará mais seguro entregue à Justiça do que em casa

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Por Camilla Haddad
Atualização:

Um adolescente de 14 anos foi levado pela própria mãe até policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) anteontem. Ele é suspeito de participar da tentativa de assalto que terminou com a morte da ginecologista Nadir Oyakawa, de 54 anos, em dezembro, no Rio Pequeno, zona oeste da capital. Ele teria sido reconhecido por um parente da vítima como o autor do disparo. De acordo com a polícia, a mãe do garoto disse que acredita na inocência do rapaz, porém estava se sentindo pressionada por comentários de vizinhos e com a presença diária de viaturas no lugar onde mora, na Favela do Sapé, perto do local do crime. Por isso, preferiu entregar o filho, acreditando que ele ficará mais seguro sob os cuidados da Justiça. Segundo o delegado divisionário do DHPP, Marcos Carneiro, o garoto também foi reconhecido por outras testemunhas, mas nega ter cometido o assassinato. Carneiro disse que outra prova "contundente" contra o menor é uma série de imagens feitas por câmeras de segurança perto do local do crime, em que ele aparece com uma arma na noite do crime. FUNDAÇÃO CASA O adolescente apreendido já havia sido internado na Fundação Casa por tráfico de drogas e cumpria liberdade assistida. Ontem ele foi ouvido por promotores de Justiça e apresentado ao juiz - que terá até cinco dias para divulgar qual medida socioeducativa será aplicada. Enquanto isso, o adolescente ficará na Unidade de Atendimento Inicial, no Brás. Outros dois rapazes envolvidos no assassinato da médica estão soltos. Segundo Carneiro, um jovem de 24 anos se apresentou à polícia, mas, como não foi reconhecido pelas testemunhas, está só sendo monitorado. Um menor de 13 anos já foi identificado, mas continua foragido. Tanto o menor entregue pela mãe como os dois supostos cúmplices chegaram a ser detidos pela PM logo após o assassinato. Eles voltaram à cena do crime para confirmar a morte da médica e chamaram a atenção de uma vizinha, que ligou para a polícia. Na ocasião, os PMs chegaram a mostrá-los para a sobrinha da médica, mas ela estava muito abalada e não os identificou. Os policiais anotaram os nomes e tiraram fotos dos suspeitos. Nadir foi morta na frente da casa do irmão, na Rua Doutor João Vieira Neves, na noite de 13 de dezembro. A médica se negou a abrir o vidro do carro e reagiu, buzinando e gritando para que os sobrinhos não saíssem de casa. Um dos assaltantes disparou contra ela. A bala atingiu o rim de Nadir, que não resistiu à hemorragia e morreu.

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