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Mãe quer provar que o suposto "Carlinhos" nasceu em Bauru

Por Agencia Estado
Atualização:

A dona-de-casa Maria Izabel de Souza, de 53 anos, entrou em cena, muito abalada, para afirmar que o mestre de obras Carlos Alberto de Souza ? nos últimos dias, apontado pela polícia como possivelmente Carlinhos Ramires, seqüestrado no Rio de Janeiro em 1973 - é seu filho. Para demonstrar que fala a verdade, exibiu a certidão de nascimento emitida pelo Cartório do 2º sub-distrito de Bauru (Vila Falcão), onde consta que Carlos Alberto foi registrado no dia 12 de outubro de 1965 e que teria nascido às 12 horas do dia 23 de setembro daquele mesmo ano, na casa da rua Nicola Constantino nº 1-79, na Vila Popular Ipiranga. Maria Izabel também declarou que o filho estudou em duas escolas locais no período de 1973 a 80. Mas a primeira escola não dispõe de registros que possam comprovar se sua matricula deu-se no começo do ano ou no segundo semestre. Carlinhos Ramires foi seqüestrado no dia 2 de agosto de 1973. Ela diz que estava com 15 anos de idade quando engradivou e continuou morando com os pais. Nascida a criança, ela continuou na casa por mais cinco anos, até que resolveu casar-se. Quando saiu, o filho continuou sendo criado por seus pais, Silvio e Ana Terezinha Souza, já falecidos. Revelou que o pai da criança é Lino Medeiros Filho, hoje com 63 anos, que foi para São Paulo na época da gravidez e em seguida teria voltado para registrar a criança mas - segundo Maria Izabel - foi impedido por sua mulher Ana Terezinha. Ele viria a conhecer o filho só 17 anos depois. A mulher mostra-se magoada com Carlos Alberto, chegando a dizer que ele tem informações para não acreditar na possibilidade de ser Carlinhos Ramirez, e a especular se essa sua atitude não tenha como objetivo levar alguma vantagem. Também estranha que o filho diga não ter lembranças de sua infância até os dez anos de idade. Explica que nesse período o menino viveu com os avós e que, quando estes morreram, perdeu-se fotografias e documentos que poderiam ajudar na memória. A diferença física entre o filho e a família é por ela atribuída às características físicas da avó paterna. Os policiais cariocas que estiveram em Bauru para a coleta do material para o DNA falam sobre evidências que os levaram a perseguir mais essa linha de investigação em busca do menino seqüestrado há 30 anos, mas só tirarão alguma conclusão depois de conhecidos os resultados dos exames. Carlos Alberto mostra-se assustado e incomodado com a notoriedade ganha de um momento para outro e diz aguardar com ansiedade o resultados dos exames.

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