Máfia do Caça-Níquel também deve atuar em SP, diz promotor

De acordo com José Mário Marzagão, a repressão á prática criminosa ainda é deficiente porque a Polícia Judiciária encara o delito como de ´pequena gravidade´

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Por Agencia Estado
Atualização:

Deve existir ligação entre São Paulo e Rio no esquema da exploração de caça-níqueis. Esta é a opinião de José Mário Marzagão, promotor do Centro de Apoio Operacional de Execuções Criminais do Ministério Público de São Paulo. Em entrevista à rádio CBN na manhã desta segunda-feira, 16, ele explicou que existe a hipótese de máfia ter ramificações no Estado. No entanto, "ainda é muito cedo para afirmar isso. É mais prudente aguardarmos as investigações." Segundo o promotor, a Polícia Judiciária, responsável pelas apreensões das máquinas, não dá prioridade a esse crime devido à sua pequena gravidade. "Um dos motivos (para a existência de tantas máquinas ainda funcionando) seria uma menor gravidade desse delito em relação a outros crimes graves." Ele, porém, destaca que isso não pode servir como desculpa. Marzagão acrescentou que os caça-níqueis que funcionam no País não são originários daqui. "Essas máquinas eram importadas inteiras e tinham também a opção de importar as peças para serem montadas aqui." O promotor também deu detalhes de como funciona o esquema. Investigações da PF mostram que o dono do estabelecimento onde se localiza um caça-níquel não é o dono da máquina. "Existe outro proprietário que aluga a máquina para a exploração e fica com uma porcentagem do lucro." Mesmo assim o locatário pode ser punido "pela contravenção de exploração de jogo de azar". Marzagão finalizou dizendo que o único remédio contra esse crime seria a repressão. "Não há outra maneira. (É necessário) uma investigação aprofundada para descobrir quem são os responsáveis efetivos dessa exploração."

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