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Maia e Garotinho concordam sobre desempenho positivo de Alckmin

Rivais ferrenhos compartilharam no último domingo a mesma opinião em relação ao candidato tucano

Por Agencia Estado
Atualização:

Os padrinhos políticos dos candidatos ao governo do Estado do Rio, o prefeito Cesar Maia (PFL) e o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), rivais ferrenhos, compartilharam no último domingo a mesma opinião em relação ao desempenho do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB), no debate da TV Bandeirantes. Os dois elogiaram com entusiasmo o desempenho de Alckmin. Garotinho, que resolveu apoiar o tucano no segundo turno irritando Maia, disse que o tucano foi "muito superior a Lula". Maia, em sua newsletter diária, disse que também gostou, mas ressaltou que o tucano exagerou na agressividade. A candidata dele ao governo estadual, Denise Frossard (PPS), não quis comentar o debate. Coube ao candidato de Garotinho, Sérgio Cabral (PMDB), que aliou-se ao PT, defender o desempenho do presidente Lula, que o apóia. Pegou pesado Mesmo afastado formalmente da campanha do tucano, Maia fez no domingo em seu "ex-blog" análises e voltou a dar conselhos "técnicos". Para o prefeito, Alckmin foi melhor do que Lula, mas exagerou um pouco no tom. "Tudo quase certo. Seu tom ficou um pouco acima do recomendado na TV, o que em seu caso ficou na fronteira da arrogância ou denotando um pouquinho de tensão", observou. Sobre Lula, o prefeito disse que o presidente "desaprendeu a usar a TV". Ele criticou a expressão facial contraída do petista e até sua pele oleosa. "Por que a maquiadora não reforçou a base?", perguntou. Maia, que na semana passada criticou o que chamou de "paulicentrismo" dos tucanos ao revoltar-se com o apoio de Garotinho a Alckmin, queixou-se de os dois candidatos terem passado boa parte do debate discutindo problemas de São Paulo. "Lula e Geraldo pensam que o Brasil é São Paulo. E o resto do País? Entrou no debate residualmente", comentou. O prefeito disse ainda que Lula não soube explorar bem a comparação com a administração de Fernando Henrique Cardoso, que, segundo Maia, terminou o governo "muito mal avaliado". O prefeito do Rio, que sempre cobra mais combatividade de Alckmin, comemorou o fato de o tucano ter tomado a iniciativa de tratar de temas de corrupção. Ao Estado, Maia explicou que, apesar de apontar Alckmin vencedor no "ex-blog", sabe que o efeito eleitoral será pequeno. "Do ponto de vista eleitoral, quando ninguém derrapa não há consequência eleitoral. Esse é o caso". O vencedor Para Garotinho, Alckmin foi o vencedor "sem dúvida nenhuma". Para ele, Lula demonstrou nervosismo e despreparo para responder às perguntas. Ele diz não ter visto agressividade em Alckmin. "Não podemos confundir indignação com agressividade. Como todo o Brasil, Alckmin ficou indignado diante do cinismo de Lula de dizer que não sabe de nada", disse Garotinho, que assistiu ao debate no Palácio Laranjeiras na companhia da mulher, a governadora Rosinha e da filha Clarissa Matheus. "Todas as enquetes que eu fiz mostraram que o telespectador teve a mesma impressão que eu", disse o ex-governador. Mudança de estilo Para Sergio Cabral, o presidente Lula se saiu "muito bem porque o Alckmin passou para um estilo que não é dele, mais duro, mais incisivo". Ele disse que só assistiu ao final do debate, porque antes estava gravando o programa eleitoral. "Do que eu vi achei o Lula muito sereno, incisivo nas respostas quando tinha que ser", avaliou. "Quando cheguei em casa, perguntei ao meu porteiro e ele disse que o Lula estava ganhando", disse Cabral, acrescentando que essa resposta foi a sua "quali" (pesquisa qualitativa). Denise Frossard, que manteve seu apoio a Alckmin apesar de Garotinho, disse ter assistido, mas não quis comentar o debate. "Quem deve achar alguma coisa são os eleitores. Não é uma candidata ao governo do Estado que vai falar sobre isso", disse.

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