Mais 21 testemunhas ouvidas em processo da morte de Toninho do PT

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Vinte e uma testemunhas foram ouvidas nesta quinta-feira no Fórum de Campinas, no processo do assassinato do prefeito Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, em 10 de setembro de 2001. O seqüestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, acusado do crime, acompanhou os depoimentos. Andinho foi transferido nesta quarta-feira de Presidentes Bernardes, onde está preso, para Campinas. A polícia não divulgou quando ele seria levado de volta. Um efetivo de quase 80 policiais se incumbiu da escolta de Andinho e da segurança no Fórum durante o depoimento. Ele é o único acusado vivo do processo. Os outros três morreram em confrontos com a polícia. Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público, Andinho estava dentro do carro de onde foi disparado o tiro contra o prefeito, mas ele não teria feito o disparo. Nesta quinta-feira, o acusado pediu ao defensor público Silvio Artur Dias para requerer que o juiz José Henrique Torres o libere de comparecer ao Fórum nas próximas audiências do caso. ?Ele disse que é muito maltratado. Vou requerer que ele só apareça quando for indispensável?, afirmou Dias. Das testemunhas desta quinta, a mais polêmica foi uma mulher assaltada duas horas antes do assassinato do prefeito. Ela afirmou que um dos dois assaltantes que levaram seu carro disse que o prefeito ia morrer. O carro foi encontrado queimado no dia seguinte. Ela descreveu um dos assaltantes como pardo, baixo e magro, mesmas características de Andinho, mas não o reconheceu. Também depuseram dois peritos, políticos ligados a Toninho, testemunhas da fase do inquérito policial e dois dos quatro rapazes apontados pela polícia de Campinas como autores do assassinato, Flávio Mendes Claro e Anderson Rogério Davi. Eles chegaram a confessar e depois negaram o crime. Nesta quinta-feira, disseram que confessaram porque foram torturados e voltaram a negar participação no assassinato. O promotor Carlos Ayres avaliou que os depoimentos, principalmente os dos peritos, esclareceram dúvidas da defesa e comprovaram a participação de Andinho no crime. Já Dias afirmou que eles diluíram o envolvimento de Andinho no caso. O defensor comentou que o juiz deverá autorizar a realização de novas perícias no Palio do prefeito e no Vectra que teria sido usado pelos assassinos, para esclarecer dúvidas como a altura do tiro e um buraco no pára-choque frontal do Palio, que, segundo os peritos, foi provocado pelo choque com um mourão. Dias comentou que uma nova audiência da defesa deverá ser marcada em dois meses.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.