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Mais 400 mil brasileiras foram agredidas em 1999

Por Agencia Estado
Atualização:

Mais de 400 mil mulheres, ou 411.213, foram vítimas de agressões leves e graves em 1999, conforme apurou pesquisa nacional realizada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM). Em 1993, a CPI de violência contra a mulher havia diagnosticado 123.131 casos, conforme informações do conselho. Enquanto cresce esse tipo de violência, as delegacias especializadas no atendimento às mulheres (Deams) padecem de falta de estrutura. Pesquisa divulgada pela CNDM indica que 60% das 267 delegacias entrevistadas não dispõem de funcionários em quantidade adequada. Cerca de 33% delas não têm sequer uma arma. O levantamento ainda mostra que 20% das delegacias não possuem telefone, e outras 19% estão sem viaturas. Se um agressor denunciado por sua vítima entrar em determinadas delegacias, os funcionários poderão enfrentar dificuldades para se defenderem por falta de uma arma, lamenta a presidente do conselho, Solange Bentes Jurema. Os dados da pesquisa, na opinião dela, demonstram que não se dá a devida importância à violência contra a mulher. O ministro da Justiça, José Gregori, a quem foi entregue o resultado da pesquisa, prometeu estudar a possibilidade de remanejar parte da verba dada às secretarias de segurança para equipar as delegacias da mulher. Ele, que participou da inauguração da primeira delegacia em São Paulo, ainda no governo Franco Montoro, considera esse tipo de serviço "um endereço certo para a mulher fazer suas denúncias e receber amparo". Ao todo, no País, existem atualmente 307 delegacias com a finalidade de atender queixas do público feminino, sendo que 61% delas se concentram na região Sudeste. Menos de 10% dos municípios possuem esse tipo de serviço especializado. Solange Jurema informa que lesão corporal foi o crime mais denunciado por mulheres nas delegacias, em 1999, somando 113.727 ocorrências. Em seguida, com 107.999, aparecem as ameaças, que a presidente do CNDM classifica como "mau-trato psicológico", para manter a mulher como ?objeto de posse?.

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