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Mais programas, maior abrangência

Postos volantes promovem cadastramento e encaminhamento para oportunidades de estágio, alfabetização de adultos, inclusão de pessoas com deficiência: as ações se multiplicam

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Por Redação
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Um trabalho que já era desenvolvido cresceu em 2013, quando o CIEE decidiu intensificar as ações filantrópicas voltadas para os jovens, famílias e comunidades em situação de vulnerabilidade. Iniciativa recente é a montagem de postos volantes nos Centros Educacionais Unificados (CEUs), da rede municipal de ensino. De julho de 2013 até 15 de fevereiro último, a entidade instalou 24 postos e atendeu a 30 mil jovens e familiares.

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Entre os serviços prestados gratuitamente, estão o cadastramento e o encaminhamento para oportunidades de estágio e aprendizagem; processos seletivos para a prefeitura paulistana, Tribunal de Justiça e empresas parceiras; orientação jurídica gratuita; palestras de prevenção ao uso de drogas; oficinas de orientação e informação profissional e divulgação de projetos filantrópicos do CIEE.

Rebecca Matias Ferreira, de 18 anos, estudante do terceiro ano do ensino médio, é aprendiz há quarto meses na Vinhais, empresa de importação e exportação de alimentos . Ela foi selecionada para a vaga depois de se inscrever no posto volante do CEU Anhanguera. "Foi uma ótima oportunidade", diz. É o primeiro emprego da jovem, que está se esforçando para dar o melhor. "Acredito que já ganhei mais responsabilidade e estou aprendendo a lidar com as pessoas." Com a intenção de fazer faculdade de Arquitetura, para atuar na área de design de interiores, ela acha que a experiência vai ajudá-la no futuro. "Tudo que aprendo vou levar para minha vida profissional."

Alfabetização de adultos. Dulce Carvalho Silva, uma dona de casa, frequenta a quarta série do ensino fundamental. O Programa CIEE de Alfabetização de Adultos propicia a adultos e jovens acima de 15 anos a possibilidade de concluir o ensino fundamental (da primeira à nona série) e médio (primeiro ao terceiro ano) em cinco anos, com certificado de conclusão reconhecido pelo Ministério da Educação. Os alunos recebem, sem nenhum custo: kit com material escolar, uniforme, vale-transporte e lanche. Iniciado em 1997, o programa já atendeu 52 mil pessoas.

Nascida em Terra Preta, na Bahia, dona Dulce estudou até o segundo ano primário. Veio para São Paulo com 18 anos para trabalhar como ajudante de costura. "Eu não sabia ler, conseguia apenas assinar meu nome", diz. Esforçada, diz que ainda tem dificuldades para ler, mas já avançou muito. "Adoro escrever, se deixar copio um livro inteiro", comenta, orgulhosa. A oportunidade de voltar a estudar a tirou também de uma depressão. "Agora tenho oportunidade de me relacionar com outras pessoas. Fico feliz. Para mim, é uma realização."

Dulce quer ser exemplo para a filha Tatiane e para a neta Milena, de 3 anos, de quem cuida, e por isso diz que não vai desistir. "Quero continuar até aprender mais." Todos os alfabetizadores e monitores são estudantes bolsistas dos cursos de Letras, Pedagogia, Magistério e Matemática, que têm nesse projeto sua primeira oportunidade de aprendizado prático em seu futuro ambiente profissional.

Pessoas com deficiência. A Lei nº 8.213/91 é o principal instrumento para inclusão das pessoas com deficiência no Mercado de trabalho, ao determinar que empresas com cem ou mais funcionários destinem de 2% a 5% dos cargos a esse segmento. Desde que foi criado, em 1999, o programa do CIEE promove a inclusão profissional de jovens com deficiência mental ou física por meio da aprendizagem, estágio e emprego efetivo. Já encaminhou 12 mil estudantes com deficiência para estágios em empresas e órgãos públicos.

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O próprio CIEE cumpre a Lei de Cotas e tem em seu quadro de funcionários 80 portadores de deficiência, um dos quais é Pamela Fernanda Cristina Costa das Mercês, de 24 anos, assistente administrativa na área de recursos humanos, com foco em seleção. Com paralisia na parte direita do corpo - a jovem entrou na instituição pelo programa e depois de um ano e meio foi promovida. "Estou realizada profissionalmente", diz. A palavra que define o que Pamela sente é superação. "Aprendi a ter responsabilidades, a me comunicar melhor, correr atrás de objetivos. Acho que devemos acreditar em nossa capacidade. Não é porque temos limitações que não somos capazes."

Ações contra drogas. Em parceria com a Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça, e a Escola Paulista de Medicina, o CIEE promove a Campanha Nacional Sobre Drogas nas Escolas Superiores. Através de seminários nos campi universitários, conduzidos por especialistas de alto nível, faz uma forte ação de prevenção ao uso de drogas lícitas e ilícitas. Mais de 22 mil estudantes e educadores já participaram da campanha, em São Paulo e outros Estados.

Defesa da cidadania. O CIEE ainda oferece o Programa de Orientação Jurídica Gratuita à População Carente (Projur), em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção São Paulo (OAB-SP). Cerca de 300 pessoas por mês são atendidas. O programa conta com a participação de estagiários de Direito sob a supervisão de advogados profissionais.

Um novo passo foi dado no começo deste ano, quando o CIEE se integrou à rede do Via Rápida Emprego e passará a ofertar, no Centro de Capacitação Técnica do CIEE Mooca, cursos gratuitos de um a três meses voltados principalmente à capacitação de pessoas em situação de vulnerabilidade social, como desempregados, mulheres arrimo de família, pessoas com deficiência, participantes dos programas habitacionais e de distribuição de renda, além de reeducandos do sistema semiaberto e egressos do sistema penitenciário. "Vão ser atendidas três mil pessoas por ano", afirma Eduardo Barbosa Sakemi, superintendente executivo do CIEE. Em março, os cursos já serão iniciados. Vale lembrar que todas ações do CIEE são gratuitas. /CONTEÚDO DE RESPONSABILIDADE DO CENTRO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA-ESCOLA

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