Mais quatro do PCC entram em Regime Disciplinar Diferenciado

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O juiz-corregedor dos presídios da Capital paulista, Carlos Fonseca Monnerat, determinou nesta sexat a inclusão no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), por 90 dias, de mais quatro líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC). São eles: Marcelo Moreira Prado, o Exu, Eduardo Lapa dos Santos, o Lapa, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Luiz Henrique Fernandes, o LH. Eles estão no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes e vão continuar lá. Na quinta-feira, o mesmo juiz mandou o líder máximo do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, ficar 90 dias no RDD. As inclusões foram feitas a pedido da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), que usou três boletins de ocorrência e um relatório de inteligência para comprovar que, às vésperas dos ataques - nos dias 11 e 12 -, Exu, Gegê do Mangue e o próprio Marcola ameaçaram ordenar os ataques do fim de semana e matar autoridades, caso fossem transferidos para o RDD. Um depoente não identificado, provavelmente agente penitenciário, relatou à polícia o que ouviu de Marcola durante a transferência dele da Penitenciária I de Avaré para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Segundo o boletim de ocorrência (BO), registrado em Presidente Venceslau na sexta-feira, o preso disse que "haveria represália em conseqüência da ?opressão? que estava sofrendo", referindo-se à ida para o RDD. "O depoente ouviu ?Marcola? dizer que havia pessoalmente passado a ordem via celular asseclas, ou seja ?o pessoal da rua?. No caso, criminosos que atuam para o PCC, no sentido de se realizarem atos criminosos", diz o documento. O líder do PCC afirmou também, de acordo com o BO, que "tinha recursos financeiros na rua suficientes para sustentar esse movimento criminoso" e que o depoente saberia das represálias "pelo noticiário noturno da TV". "O governador não sabe quem é Marcelo Exu", registra um termo circunstanciado da SAP, do dia 11, que depois virou BO em Lucélia (SP). Essa e outras ameaças foram feitas por Exu e Gegê do Mangue durante suas transferências. "O secretário (Nagashi Furukawa, da Administração Penitenciária) não sabe a força que o PCC tem, não é somente dentro das cadeias." Ainda segundo os bandidos, a diretoria do presídio "foi covarde, pois não é assim que se age com o PCC". Eles também ameaçaram agentes que participavam da operação fazendo referência ao juiz-corregedor de Presidente Prudente, Antônio José Machado Dias, assassinado em 2003 a mando do PCC porque não atendia às exigências dos bandidos. Depoimento O Ministério Público Estadual (MPE), em Presidente Prudente, deve chamar Marcola para prestar esclarecimentos sobre entrevista levada ao ar na quinta pelo "Jornal da Noite", da Rede Bandeirantes. O apresentador do programa, Roberto Cabrini, garante que o entrevistado era Marcola e que chegou a ele por meio de membros da facção que estão nas ruas. A SAP nega. Na ocasião, é possível que ele também seja ouvido sobre o suposto acordo que fez com o governo, no domingo, para o fim dos ataques. Algumas testemunhas são ouvidas pelos promotores para os dois inquéritos. A entrevista também está sendo investigada pelo Ministério Público Federal (MPF), pelo Departamento de Execuções Criminais (Decrim), do Tribunal de Justiça, e pela Polícia Civil de São Paulo. O episódio foi comparado pela procuradora da República Eugênia Fávero a uma edição do programa "Domingo Legal", do SBT, em que foi levada ao ar uma entrevista com dois homens encapuzados como sendo do PCC. Depois, descobriu-se que era uma farsa.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.