Mais três policiais do Denarc são afastados

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Por Agencia Estado
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A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo anunciou neste domingo o afastamento de dois delegados e um investigador do Departamento de Narcóticos (Denarc). Os delegados Carlos Eduardo de Oliveira e José Roberto de Arruda eram os superiores imediatos dos cinco policiais presos sob a acusação de comandar o tráfico de drogas na cracolândia, na região central de São Paulo. Eles e o investigador Raimundo Coelho Barreto - chefe da equipe sob suspeita - foram transferidos para a Delegacia Geral de Polícia. Eles ficarão fora do trabalho até, pelo menos, a conclusão da investigação que está sendo feita pela Corregedoria da Polícia Civil. A decisão foi tomada pelo delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo, e é uma conseqüência das denúncias que, na semana passada, pegaram de surpresa toda a cúpula da polícia e a Secretaria da Segurança. Hélio Carlos Barba, Alessandro Ramos da Silva, Guilherme Barbosa Pallazo, Mauro César Bartolomeu e José Carlos de Castilho estão presos desde sexta-feira no Presídio da Polícia Civil, por determinação do juiz-corregedor da Polícia Judiciária e do Departamento de Inquéritos Policiais, Maurício Lemos Porto Alves. A decretação da prisão, por 15 dias, é o resultado da apresentação, pelo Ministério Público, de uma fita de vídeo com imagens que mostram os policiais agindo irregularmente nesse trecho da região central, conhecida como cracolândia. No sábado, o corregedor da Polícia Civil, Ruy Estanislau Silveira Mello, afirmou que o diretor do Denarc, Marco Antônio Ribeiro de Campos, deveria estar mais atento à conduta de seus subordinados. Dias atrás, o secretário da Segurança Pública, Marco Vinício Petrelluzzi, também deu declarações sugerindo que a diretoria do Denarc estaria se omitindo diante das irregularidades cometidas pelos investigadores da instituição. O governador Geraldo Alckmin também disse que houve omissão dos superiores dos policiais presos. O afastamento dos dois delegados e do investigador pode ser um primeiro passo para combater a suposta omissão da diretoria do Denarc. Antes do afastamento, José Roberto de Arruda disse que estava "chocado" com as denúncias e se sentindo como "marido traído". "É uma surpresa, porque nunca tivemos uma reclamação. Qualquer fato relevante deveria ter chegado ao meu conhecimento", afirmou ele, na ocasião. Os cinco policiais presos já prestaram depoimento ao corregedor Ruy Silveira Mello e ao delegado titular da 4ª Delegacia de Crimes Funcionais Osmar Ribeiro Santos. A corregedoria tem prazo de 30 dias para apurar a ação e conseguir provas contra os acusados.

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