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Mais um policial é condenado por chacina de Vigário Geral

Por Agencia Estado
Atualização:

O policial militar Sirlei Alves Teixeira foi condenado a 59 anos e seis meses de prisão pela morte de 21 pessoas na chacina de Vigário Geral, ocorrida em 29 de agosto de 1993. Além disso, a pena incluiu a tentativa de homicídio de outros quatro moradores da favela no mesmo episódio. O julgamento no 2º Tribunal do Júri, que começou às 15 horas de sexta-feira, só terminou na madrugada de hoje e foi acompanhado por parentes das vítimas, que comemoraram a condenação. Teixeira, que já fora condenado anteriormente por porte ilegal de arma, havia sido denunciado pela chacina em setembro de 1993, mas estava foragido até o ano passado, quando foi preso num assalto a banco. A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça informou que o PM negou participação no crime de Vigário Geral, alegando que naquela noite estava de plantão em uma cabine de polícia no bairro de Jacarepaguá, zona Oeste. O julgamento, marcado anteriormente para às 9 horas, só começou à tarde, a pedido do advogado de defesa, sob a alegação de que apresentaria uma testemunha-chave a favor de Teixeira. A testemunha, porém, não apareceu. Há dez anos, cerca de 40 policiais militares invadiram Vigário Geral e executaram 21 moradores, num crime de repercussão internacional. Sete pessoas foram fuziladas em um bar, durante comemoração de uma vitória da seleção brasileira nas eliminatórias para a Copa do Mundo. Outras seis foram executadas em ruas da favela. Os PMs não pouparam nem uma família de evangélicos: invadiram a casa deles e mataram oito adultos, num assassinato presenciado por cinco crianças. Dos 51 denunciados pela chacina, apenas dois cumprem pena. Vinte e sete PMs foram absolvidos, sendo nove em julho deste ano. O Tribunal de Justiça informou que Teixeira foi a júri popular pela primeira vez. Até novembro, outros cinco policiais terão direito a novo julgamento, porque tiveram sentenças superiores a 20 anos de prisão (o benefício está previsto no Código Penal). Entre eles, os únicos que cumprem pena: José Fernandes Neto, condenado a 45 anos de prisão e Alexandre Bicego Farinha, a 72 anos. Os outros três policiais estão soltos graças a habeas corpus.

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