Major é afastado após atirar em carro que furou blitz no Rio

Policial teria tentado atingir o pneu do carro, mas acertou as costas do passageiro Marcos Antônio Pereira, que estava no banco traseiro do veículo. Ele corre o risco de perder um rim

PUBLICIDADE

Por Mariana Durão e Fabio Grellet
Atualização:

RIO DE JANEIRO - O major Carlos Ludwig, subcomandante do 9º Batalhão da Polícia Militar do Rio, sediado em Rocha Miranda, na zona norte, foi afastado do cargo neste domingo, 8, horas após atirar contra um carro que havia fugido de uma blitz organizada pela PM na Praça Seca, bairro da zona oeste do Rio, na madrugada de domingo. Ele teria tentado atingir o pneu do carro, mas acertou as costas do bancário Marcos Antônio Pereira, de 51 anos, que estava no banco traseiro do veículo. Socorrida no Hospital Estadual Carlos Chagas, a vítima corria o risco de perder um rim. A Secretaria de Estado de Saúde informou no fim da tarde que Pereira foi transferido para instituição particular e não deu mais detalhes sobre o estado de saúde do paciente.

PUBLICIDADE

Várias blitze foram montadas na Praça Seca para combater o tráfico de drogas e outros delitos, segundo a PM. Esse episódio ocorreu em um bloqueio feito na Rua Cândido Benício. Quando o carro em que Pereira estava se aproximou, os policiais deram sinal para que o motorista reduzisse a velocidade, mas, segundo a PM, ele acelerou e tentou fugir dos policiais.

“Devido à atitude suspeita do condutor do veículo e em defesa da vida de um outro policial, que naquele momento se jogara no chão para não ser atropelado pelo motorista infrator, o policial efetuou um disparo contra a roda traseira do veículo suspeito”, mas acabou atingindo o carona, informou a PM em nota.

O caso é investigado pela 29ª DP (Madureira), que já ouviu um dos ocupantes do veículo e os policiais que participavam da blitz. As armas dos PMs foram recolhidas para perícia, e os agentes tentam localizar câmeras que tenham filmado a ação.

A Polícia Militar abriu procedimento administrativo para investigar o caso. “A PM apura rigorosamente a ação do agente policial que cometeu a ação, (que) responderá perante a Justiça Comum e também à Militar”, afirmou a instituição. O PM será afastado de suas atividades até a conclusão das investigações, informa ainda a nota.

Violência. O episódio ocorre na segunda noite desde que entrou em vigor decisão da Secretaria Estadual de Segurança de intensificar o policiamento em 50 pontos do município do Rio. A medida foi tomada após uma sequência de casos de violência – em um deles, um policial militar que estava de folga e à paisana em um ônibus reagiu a um assalto e matou dois suspeitos e o motorista do veículo, na Avenida Presidente Vargas, no centro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.