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Malha aérea sofreu ´efeito dominó´, segundo Anac

Agência Nacional de Aviação Civil descartou problemas no tráfego aéreo

Por Agencia Estado
Atualização:

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) explicou que os atrasos e cancelamentos de vôos registrados nesta quinta-feira, 21, principalmente em aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo, são causados por um ´efeito dominó´. O problema começou com a paralisação de pousos e decolagens durante 50 minutos no Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, na quarta-feira, por causa das chuvas. A previsão é de que a situação seja normalizada entre 24 horas e 48 horas. Em nota, a Agência salienta que "as malhas aéreas das empresas brasileiras estão profundamente integradas". "Se por um lado essa integração torna mais econômica as passagens, por outro lado,quando ocorrem problemas dessa natureza, acontece um efeito dominó com atrasos em toda a malha aérea do país que leva de 24h a 48h para ser totalmente restabelecida". A Anac ressaltou ainda que "os atrasos não estão relacionados com o controle do espaço aéreo que, neste momento, se encontra normalizado". Além do mau tempo em Congonhas, também colaboraram com os atrasos a suspensão de seis vôos da TAM Linhas Aéreas, ´devido a manutenção não programada´, conforme a Anac. Os vôos da companhia também sofreram atrasos por causa da queda do provedor no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Comunicado da TAM A TAM também divulgou comunicado informando que os atrasos nos vôos ´são reflexo dos problemas registrados durante a quarta-feira nos aeroportos, quando a operação foi prejudicada por fatores climáticos, manutenção não programada e excesso de tráfego aéreo´. Conforme a empresa, os passageiros enfrentaram atrasos médios de duas horas e meia até as 12 horas desta quinta. A companhia cancelou 26 vôos a fim de reorganizar sua malha aérea para minimizar os atrasos. A companhia informou que foram registradas interrupções na rede de dados no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, na quarta, o que também afetou a operação. "A TAM nega que tenha registrado problemas em seus softwares, ao contrário do que foi noticiado por alguns órgãos de imprensa. Da mesma forma, a Companhia reitera que não suspendeu o atendimento em seu check-in nesse aeroporto". Na nota, a TAM reitera que ´reforçou suas equipes nos aeroportos a fim de prestar atendimento e assistência aos passageiros´. "Da mesma forma, vem cumprindo determinações legais no sentido de providenciar alimentação, hospedagem e transporte aos passageiros de vôos que eventualmente sofram atrasos superiores a quatro horas, bem como conceder atendimento preferencial aos idosos, gestantes, pessoas com crianças de colo ou com necessidades especiais." Atrasos e irritação Os aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília voltaram a apresentar atrasos nesta quinta-feira. No Aeroporto Internacional Tom Jobim, a Polícia Federal (PF) interrompeu, por volta das 10h30, o check in dos passageiros da TAM. Em Brasília, um grupo de passageiros invadiu a pista do Aeroporto Internacional e foi retirado pela PF. Enquanto isso, o relator do processo que apura as causas da crise do setor aéreo, deputado Calos Willian (PTC-MG), propôs as demissões do comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno, e do ministro da Defesa, Waldir Pires. São Paulo No Aeroporto de Congonhas, 16 decolagens e sete pousos estavam atrasados às 10h15. As filas permaneciam longas nos guichês da Gol e principalmente da TAM, com maior número de passageiros. O vôo 3470 da TAM, que deveria ter saído de São Paulo às 9h08, com destino a Fortaleza, escala em Brasília, não havia decolado do Aeroporto de Congonhas até as 13h43 desta quinta. Os passageiros estão dentro do avião, há cerca de uma hora e 40 minutos, e o comandante do vôo informou que o aparelho está parado "por motivo de segurança". Segundo relato da jornalista Rosa Costa, que está no vôo, a comissária Kelly Valezi caiu no choro, depois de discutir com um dos passageiros. Mas o comandante avisou que quem reclamar, não viaja. O serviço de bordo também não está funcionando. Os passageiros estão com fome, e sem direito a refeição. No Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, os atrasos tinham uma média de duas horas, principalmente nos vôos da TAM e da Gol. As filas continuavam gigantes, irritando ainda mais os passageiros. Rio Dia de caos no Aeroporto Internacional Tom Jobim. Muitos atrasos de vôos e revolta de passageiros. Teve gente algemada e detida, por causa dos tumultos. As filas de check-in nos terminais 1 e 2 do Tom Jobim eram extensas. Uma das salas de embarque do aeroporto teve seu acesso fechado por policiais por causa da quantidade de pessoas no local. Pela manhã, foram registrados atrasos em decolagens em 11 vôos domésticos e um vôo internacional da American Airlines com destino a Miami, que estava desde as 23h50 atrasado e ainda não havia previsão para partida. Entre os vôos nacionais, o pior atraso foi o do vôo da TAM para Fortaleza, que deveria ter partido na quarta às 21h30 e só às 9h30 desta quinta-feira os passageiros foram chamados para a sala de embarque, mas sem previsão de partida. No Aeroporto Santos Dumont, além dos atrasos médios superiores a uma hora na manhã desta quinta-feira, o Aeroporto Santos Dumont, no Rio, o local ficou sem energia elétrica por alguns minutos por volta das 11 horas. Segundo a assessoria de imprensa, a situação foi minimizada com a utilização de geradores de energia. Porém, o ar-condicionado demorou a voltar a funcionar, irritando ainda mais os passageiros. Ainda não há informações sobre o que causou o corte de energia. Brasília Um grupo de passageiros invadiu a pista do Aeroporto Internacional de Brasília no início da tarde, segundo reportagem do Jornal Hoje, da TV Globo. Os manifestantes foram retirados logo em seguida pela Polícia Federal. Na parte da manhã foram registrados 15 atrasos em vôos de chegada e partida. Grandes filas se formaram nas salas de embarque e no saguão do aeroporto. Os passageiros reclamam principalmente da falta de informações. Colaboraram Felipe Werneck, Flávio Perez, João Vito Cinquepalmi, Tânia Monteiro, Solange Spigliatti e Rosana de Cassia Matéria alterada às 14 horas para acréscimo de informações

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