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Maluf e Clodovil estão entre os deputados eleitos por SP

Petistas envolvidos em escândalos, como Palocci e João Paulo Cunha, também se elegem. Já os senadores da máfia dos sanguessugas não tiveram a mesma sorte

Por Agencia Estado
Atualização:

A lista com os candidatos eleitos para a Câmara dos Deputados por São Paulo parece um tanto inusitada. Em primeiro lugar, aparece o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) com 3,63% dos votos válidos, ou 739.422 dos votos. Maluf é investigado pelo Ministério Público por suposto desvio de dinheiro para paraísos fiscais, quando foi prefeito da cidade de São Paulo. No ano passado, ele e seu filho, Flávio, foram detidos na Superintendência da PF por conta dessa investigação. A vaga na Câmara garante a Maluf foro privilegiado que, na prática, limita muito a ação do MP. O ex-prefeito nega todas as acusações. Estilista e agora deputado Na terceira colocação, os eleitores paulistas elegeram o estilista e apresentador de TV Clodovil, candidato pelo desconhecido PTC. Ele chegou a 493.689 votos, ou 2,4%. Esse número de votos obtido pelo estilista pode garantir outra vaga ao PTC na Câmara, uma vez que aumenta o coeficiente eleitoral do partido. O deputado federal Enéas, do PRONA, também se elegeu e vem logo em seguida com 1,9% dos votos válidos, ou 386.581. Envolvidos em escândalos Outros nomes conhecidos também garantiram uma vaga na Câmara Federal. Antonio Palocci aparece em 25º lugar com 152.086 votos, ou 0,75% dos votos válidos. Ele deixou o Ministério da Fazenda após a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo e é alvo de investigações por conta de sua gestão na prefeitura de Ribeirão Preto. O ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha, é outro petista que deve voltar a Brasília. Ele recebeu 176.980 votos, ou 0,87% dos votos válidos. Acusado de envolvimento no esquema do mensalão, foi absolvido no plenário da Câmara. Collor O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PRTB) foi eleito senador por Alagoas e ocupará a vaga que antes era de Heloísa Helena (PSOL). Ele aparece com 44,03% dos votos válidos ou 550.192 votos. Eleito em 1989, Collor renunciou à Presidência em 1992 para evitar um impeachment, quando vieram à tona as denúncias de corrupção no seu governo. Ainda assim, teve os direitos políticos cassados pelo Senado até 2000. Sanguessugas Na Paraíba, o senador Ney Suassuna (PMDB) perdeu nas urnas a chance de um novo mandato. Aliado do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ex-líder do PMDB e ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso, Suassuna é um dos três senadores que respondem a processo no Conselho de Ética do Senado por envolvimento com a máfia dos sanguessugas. A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), outra que responde a processo no Conselho de Ética do Senado por envolvimento com a máfia dos sanguessugas, ficou em terceiro lugar na disputa pelo governo de Mato Grosso, com cerca de 10% dos votos. Magno Malto (PL-ES), o terceiro senador envolvido com os sanguessugas, não disputou nenhum cargo eletivo. Se não for cassado, ainda terá quatro anos de mandato pela frente.

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