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Mancha Verde brilha cantando a vida de Ariano Suassuna

A escola passa pela avenida fazendo uma linda festa, com direito a carro alegórico para o escritor e sua esposa

Por Gustavo Miranda
Atualização:

O grande destaque da Mancha Verde neste carnaval não torce para o Palmeiras. Com o tema 'És imortal... Ariano Suassuna, sua vida sua obra, patrimônio cultural', a escola prestou uma homenagem, na madrugada deste domingo, 3, ao mais famoso torcedor do Sport Recife. A escola passou pela avenida fazendo uma linda festa, com direito a show de requebrados de Viviane Araújo e um carro alegórico para o escritor e sua esposa, que ele mesmo chamou de sua eterna namorada.    Veja as fotos do desfile  'Carnavais de SP e Rio são complentares', diz Serra   Veja as melhores imagens de todos os desfiles em SP   Qual escola de samba será campeã em São Paulo?    Com a queima de fogos de artifício que durou um minuto e meio, na entrada da escola no Sambódromo do Anhembi, a Mancha Verde empolgou a galera nas arquibancadas e entra, com força, na disputa pelo título deste ano do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo. A escola foi a única a utilizar esse recurso, até o momento.   O autor de obras como 'O Auto da Compadecida', 'O Romance d’A Pedra do Reino' e 'O Santo e a Porca' serviu de tema para as 25 alas, cinco carros alegóricos e 3.600 componentes que representaram a agremiação palmeirense no Anhembi. A modelo e atriz Viviane Araújo, Rainha de Bateria da Mancha Verde, chamou a atenção durante o desfile, sempre cercada de dezenas de fotógrafos e cinegrafistas.   Por sugestão do escritor, nascido em Taperoá, na Paraíba, a porta-bandeira carregou o estandarte de seu estado natal (que Suassuna considera seu estado "mãe") e o mestre-sala levará a bandeira de Pernambuco (seu estado "pai"). A escolha de Ariano Suassuna como tema surgiu por idéia do presidente da escola, Paulo Serdan. O tema deveria ser o etanol, mas, assistindo a um programa de TV sobre Suassuna, Serdan ficou encantado e mudou de idéia.   A história do escritor e seus principais livros ganharam destaque no sambódromo, em ordem cronológica. O carro abre alas trouxe a obra de Suassuna mais conhecida do grande público: 'O Auto da Compadecida', com uma comissão de frente fantasiada como os personagens João Grilo e Chicó. No mesmo carro, o chão rachado com uma ossada de um boi representou a seca no sertão e "o grande Sol que cobre tudo". O segundo carro representou Taperoá, com elementos do folclore nordestino. 'A Pedra do Reino' é a inspiração do terceiro carro, que virá em cima de uma bolha e uma piscina com sete mil bolinhas.   Ariano Suassuna e sua esposa foram os destaques do último carro alegórico. A bateria da agremiação, sob o comando dos mestres Caju, Moleza e Cahorrão, trabalhou em cadência e combinou bem os 264 ritmistas. Cerca de 12 mil pedaços de retalhos foram utilizados para a composição das fantasias da ala das baianas. A Mancha Verde é uma das escolas vinculadas a torcidas organizadas em São Paulo. Nasceu em 1983, ligada exclusivamente ao futebol e incorporou o Carnaval às suas atividades em 1995.

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