Mancha Verde é campeã do carnaval paulistano em 2019; Vai-Vai é rebaixada

Pela primeira vez, a escola alviverde ganhou o carnaval paulista; Vai-Vai do Bexiga caiu para o grupo de acesso em 2020

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Por Juliana Diógenes e Ana Paula Niederauer
Atualização:

A Mancha Verde, escola de samba do Palmeiras, é campeã do grupo especial do carnaval paulistano em 2019.  A Vai - Vai, escola que mais vezes venceu o carnaval de São Paulo, e Acadêmicos do Tucuruvi foram rebaixadas para o grupo de acesso em 2020. A Dragões da Real comemorou o vice-campeonato e a Rosas de Ouro, a terceira colocação. "A gente é gigante. A gente nunca mais vai sair do topo", diz Juliana Rosa Sarmento, diretora da Rosas.

Integrantes da escola Mancha Verde recebem troféu Foto: Werther Santana/Estadão

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O presidente da Mancha Verde, Paulinho Serdan, não estava no sambódromo, mas foi citado entre os diretores que acompanharam a apuração no Anhembi.  "A Mancha tem sambista, sim! Obrigada, Paulo Serdan! Obrigado, Jorge Freitas!", disse Paolo Bianchi, diretor de carnaval da Mancha. "A gente sempre batia na trave, mas a gente nunca cansou. A gente passou por cima de todo mundo, a gente se uniu, apontou nossos erros, olhou para dentro de casa e está aqui o resultado. É o resultado de muito amor, de muita dedicação", disse Bianchi.

"Vitória da comunidade", diz Marcos Gonçalves, diretor de harmonia da Mancha Verde. "Dinheiro ajuda, mas é o trabalho que faz a diferença".

Festa na quadra da Mancha Verde Foto: DANIEL TEIXEIRA /ESTADAO

A escola foi a terceira a desfilar na madrugada de sexta-feira, 1°, para sábado, 2, no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. O grupo entrou na avenida por volta de 1h30.

Nas cores verde, branco e vermelho, a escola cantou, sambou e desfilou em homenagem à saga de uma guerreira negra. O samba-enredo,"Óxala, Salve a Princesa! A Saga de uma Guerreira Negra!", é um canto às tradições de origem africana: citou maracatu, Iemanjá, África e Zumbi dos Palmares.

Rainha de bateria daMancha Verde, Viviane Araújo foi um dos destaques do desfile da escola de samba Foto: Werther Santana/ Estadão

Uma ala do grupo fez referência ao Congo como local de escoamento de marfim e outros produtos da região. Logo no primeiro carro alegórico, os destaque eram os elefantes com dentes de marfim e imagens de mulheres negras.

A primeira ala invadiu a avenida com fantasias ricas em detalhes com lantejoulas, brilhos e fitas. O verde em diferentes tonalidades dominou o desfile, que reuniu três mil componentes ao todo.

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Vai -Vai

No quesito "Comissão de Frente", a Vai-Vai caiu para a última colocação entre as 14 agremiações na disputa. O grupo do Bexiga não tirou uma nota 10 no quesito avaliado. As duas últimas escolas caem para o grupo de acesso do carnaval de 2020. A Vai-Vai  desfila desde 1930. O ano passado, a escola ficou em 10º lugar. Após apuração, o presidente da Vai-Vai, Neguitão, deixou o Sambódromo do Anhembi sem falar com os jornalistas. Com a derrota e rebaixamento da Vai-Vai, o movimento de oposição à atual diretoria espera ganhar força e aumentar o apoio entre os membros. Representante do Resistência Vai-Vai, Luiz Cabral explica que há quatro anos luta por maior transparência nas eleições para a diretoria."É claro que o rebaixamento é muito triste e inesperado, mas com isso o movimento deve crescer ainda mais", diz Cabral, que também é integrante da bateria da escola. Ele disse que os membros devem estudar estratégias de pressão durante a semana. Nas ruas do Bexiga, apesar do rebaixamento da Vai-Vai, o clima era de festa.Num pequeno bar frequentado principalmente pelos membros da escola, torcedores se amontoavam para fugir da chuva, improvisando uma pista no centro do salão. "A gente sabe ganhar e perder também. Faz parte da vida", disse Suely Santos. Apesar de alguns rostos desalentados, o sentimento geral era a alegria. "Eu amo o carnaval do fundo do meu coração. É uma época de alegria, não tristeza. A Vai-Vai é isso e nada nos atingiu", sintetizou Niva Pagliarini, que vestia uma camiseta da velha guarda da escola. /COLABOROU LEONARDO ZVARICK

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